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21/09/2006 - 13h37

No horário eleitoral, Lula inaugura campanha contra abstenção

Da Redação
Em São Paulo
Um dia após a demissão de Ricardo Berzoini, chefe da campanha de Lula à reeleição, a crise do dossiê apareceu de forma discreta nesta tarde de quinta nos programas eleitorais gratuitos na TV. Como a maior parte dos candidatos reproduziu programas veiculados na terça-feira, a novidade foi a exibição, no programa de Luiz Inácio Lula da Silva, de um slogan contra a abstenção: "sou Lula e compareço".

Reuters
Lula lê antes da entrevista à TV Globo no Palácio da Alvorada, na manhã de hoje
"MEXER COM BANDIDO NÃO DÁ CERTO"
ALCKMIN COMPARA LULA A LADRÃO
Uma das apostas da oposição para que Geraldo Alckmin passe ao segundo turno são os elevados índices históricos de abstenção no Nordeste, região do país em que Lula lidera com mais folga.

O programa de Lula começou com imagens de um pescador do Rio Paraná que viajará de barco para votar no candidato do PT, para "manter o presidente que defende o povo".

Em seguida, foram repetidos trechos do programa de terça-feira, que destacava dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados na última sexta-feira. Os apresentadores destacaram o aumento de renda nos últimos dez anos e a criação de 7,5 milhões de emprego durante a gestão do petista.

Já Geraldo Alckmin, que nesta quinta-feira aumentou o tom da campanha ao comparar Lula a um "ladrão de carros" que se arrepende mais tarde, no horário eleitoral gratuito apenas reproduziu, na íntegra, o programa exibido na noite de terça-feira, que tratava sobre segurança.

Até mesmo a única menção ao "caso dossiê" não era inédita. "Esse novo escândalo é mais um absurdo. Dinheiro vivo. De novo. A polícia já sabe que o dinheiro era para pagar material para prejudicar nossa campanha. De onde veio o dinheiro vivo? A quem interessa tudo isso? É hora do eleitor brasileiro dizer: 'basta, chega!'", voltou a dizer, como há dois dias.

O programa de Heloísa Helena, candidata do PSol, abordou a crise, mas sem declarações diretas da candidata. "O quer era ruim, ficou pior. Assessores diretos do presidente Lula estão envolvidos na montagem de falsos dossiês. Foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que máfias como a sanguessuga começaram a atuar", disse um apresentador. "Heloísa Helena não rouba, não mente, não trai".

Outro ex-petista candidato, Cristovam Buarque, do PDT, fez ataque semelhante ao de Heloísa: indireto. "O Brasil está enojado com tanto escândalo", afirmou o locutor, enquanto eram exibidas manchetes de jornais referentes à crise do dossiê. "Ainda dá tempo de mudar". Em seguida, o programa falou sobre educação, grande bandeira da candidatura de Cristovam Buarque.