Líderes na Câmara dizem que Huck não suportou pressão; PT vê "jogo de cena"

Daiene Cardoso

  • AgNews

    Luciano Huck em escola da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, para votar no segundo turno das eleições municipais de 2016

    Luciano Huck em escola da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, para votar no segundo turno das eleições municipais de 2016

Líderes partidários na Câmara viram com surpresa e ceticismo a desistência do apresentador Luciano Huck de disputar a Presidência da República este ano. Para os partidos de centro, a saída de Huck beneficia as pré-candidaturas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Novo líder do PRB na Casa, Celso Russomanno (SP) contou que é amigo do apresentador e que não sabia que ele enterraria de vez a chance de concorrer ao Palácio do Planalto. Russomanno lamentou que a vida de Huck tenha sido "vasculhada" nos últimos dias e disse que é difícil passar o tempo todo tendo de se defender de acusações.

"Não é fácil para a pessoa pública não acostumada a apanhar publicamente manter uma candidatura. Tem de ter estômago", comentou o líder do PRB.

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Russomanno acredita que mesmo fora da campanha, Huck terá um papel relevante como cabo eleitoral. "Ele será um bom cabo eleitoral para quem for candidato. Quem o trouxer terá grande força", previu. O PRB vem mantendo conversas com Alckmin e Maia e deve decidir só na véspera das convenções quem vai apoiar.

O líder do PR, José Rocha (BA), acredita que sem Luciano Huck no páreo, ganha força uma candidatura de centro. Para o deputado baiano, a tendência é PSDB e DEM se juntarem em algum momento das negociações numa chapa encabeçada por Alckmin, mas com a vaga de vice em aberto.

Rocha avalia que Huck não aguentou os "bombardeios" da imprensa e que isso certamente lhe causaria problemas familiares. Para Rocha, o apresentador também teria dificuldades em se alinhar com o Parlamento se fosse eleito. "O perfil dele no Planalto não seria o mesmo perfil dos eleitos no Congresso", comentou.

O líder do PT, Paulo Pimenta (RS), considera que a nova desistência de Huck é "jogo de cena". "Enquanto eles não tiverem um candidato competitivo, o nome dele continuará sendo uma possibilidade", previu.

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