Temer lamenta tiro à caravana de Lula e diz que violência começou lá atrás

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

  • MARIVALDO OLIVEIRA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente da República Michel Temer (MDB) lamentou o ataque a tiros contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocorrido nesta terça (27). Em entrevista à rádio BandNews FM na manhã desta quarta-feira (28), Temer afirmou que a "onda de violência" não começou com os que praticaram o ato, mas "lá atrás" e que o intenso clima de polarização vivido no país "cria atritos dessa natureza".

"Devo dizer também que essa onda de violência não foi pregada talvez por aqueles que tomaram essa providência, talvez tenha começado lá trás e a história de uns contra outros cria essa dificuldade, que cria atritos dessa natureza. É uma pena que tenha acontecido", disse o presidente. Minutos após a entrevista, Poucos minutos após a entrevista, Temer escreveu no Twitter que é preciso "reunificar" os brasileiros e pacificar o país.

Dois dos três ônibus da caravana de Lula foram atingidos por três tiros entre as cidades paranaenses de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, em uma aparente tentativa de emboscada. Lula estava em um outro veículo que não foi atingido. Ninguém ficou ferido.

Um dos veículos, que era ocupado por jornalistas e era o último do comboio, teve duas perfurações na lataria, dos dois lados. Outro tiro atingiu de raspão um dos vidros do mesmo veículo.

Temer falou que a raiva entre os grupos "não é útil" e defendeu que as discussões sobre projetos políticos para o país precisam se dar no âmbito das eleições. "Se nós temos eleições, muito bem, você vai disputar as eleições, os projetos dos vários candidatos", e acrescentou: "vamos ter paciência, vamos discutir projetos, os candidatos todos podem se apresentar, podem fazer críticas, mas críticas verbais, não críticas físicas."

O presidente disse ainda que o que aconteceu no Paraná cria um "clima de instabilidade no país" e que a pacificação "é indispensável no presente momento" e falou como candidato à reeleição: "Que a minha palavra seja uma palavra de pacificação durante o período eleitoral".

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), e o coordenador da caravana, Márcio Macedo, cobraram providências dos governos federal e estadual.

Governo do PR diz que não houve pedido de escolta

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná diz que a organização da caravana de Lula não pediu formalmente uma escolta. Em comunicado enviado à imprensa nesta quarta, a pasta afirma que houve alteração no roteiro e no cronograma da viagem informada às forças de segurança do estado.

"Não houve qualquer pedido formal de escolta da caravana do ex-presidente nem o próprio ex-presidente, embora ele tenha esta prerrogativa. Tanto é que o paradeiro dele é incerto e não sabido", diz a nota.

Pré-candidatos de esquerda em Curitiba

Os pré-candidatos à Presidência da República do PCdoB e do PSOL reforçarão nesta quarta (28) o ato que encerrará a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato pelo PT, em Curitiba. O evento deve ocorrer às 17h, no centro da capital paranaense. A participação não estava prevista na agenda dos presidenciáveis: Manuela D'Ávila e Guilherme Boulos decidiram participar do evento depois que ônibus da caravana do petista sofreu ataque a tiros.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos