Secretaria diz que caravana de Lula não pediu escolta e alterou roteiro

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Marlene Bergamo/Folhapress

    Dois ônibus da caravana do ex-presidente Lula foram atingidos por tiros no Paraná

    Dois ônibus da caravana do ex-presidente Lula foram atingidos por tiros no Paraná

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná disse que a organização da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pediu, formalmente, uma escolta. Em comunicado enviado à imprensa nesta quarta-feira (28), a pasta ainda pontuou que houve alteração no roteiro e no cronograma da caravana que haviam sido informados anteriormente às forças de segurança do estado.

Na tarde de terça-feira (27), dois ônibus da comitiva petista foram atacados por tiros e tiveram seus pneus furados quando deixavam a cidade de Quedas do Iguaçu (PR). Investigadores identificaram ao menos duas perfurações provocadas por tiros do lado esquerdo de um dos ônibus que compõem a caravana de Lula. O ex-presidente estava em um terceiro veículo, que não foi atingido. Ninguém ficou ferido.

"Não houve qualquer pedido formal de escolta da caravana do ex-presidente nem o próprio ex-presidente, embora ele tenha esta prerrogativa. Tanto é que o paradeiro dele é incerto e não sabido", diz a nota da Secretaria.

O PT, porém, disse, na terça-feira (27), que autoridades estaduais e federais foram acionadas em pedidos por segurança na caravana. A Secretaria, por sua vez, "reafirma que a Polícia Militar do Paraná reforçou o policiamento em todos os locais indicados pelos representantes da caravana, onde seriam realizadas as manifestações com a presença do ex-presidente Lula".

Após a nota da Secretaria nesta quarta-feira, a equipe do ex-presidente Lula voltou a reforçar que, de todos os 15 Estados já percorridos nas quatro caravanas do petista, não houve escolta apenas no Paraná. Ela reforça que o pedido foi feito repetidas vezes tanto pelo PT quanto pela caravana. Contatada novamente pela reportagem, a Secretaria reafirmou o teor da nota divulgada pela manhã. 

A Secretaria apontou que um inquérito policial foi aberto para apurar a ocorrência e que equipes da unidade de elite da Polícia Civil do Paraná ajudam nas investigações. Nos próximos dias, o Instituto de Criminalística do estado deve apresentar um laudo de perícia no ônibus.

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Disparos

Em entrevista ao UOL na terça à noite, o delegado Fabiano Oliveira, de Laranjeiras do Sul (PR), disse acreditar que houve, "no mínimo, dois envolvidos" no ataque, já que os tiros vieram de direções opostas. A marca no vidro citada por passageiros pode ser, ainda segundo o delegado, causada por uma pedrada.

Ainda não se sabe quem seriam os responsáveis pelo ataque. "Infelizmente, o número de peritos é muito pequeno, e a sobrecarga do Instituto de Criminalística, assim como de toda a polícia, é muito grande. Não tenho uma previsão, mas acredito que darão prioridade ao caso, dada a relevância", afirmou.

Gleisi diz que ataque foi emboscada: "querem matar o Lula"

Petistas cobram autoridades

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), e o coordenador da caravana, Márcio Macedo, cobraram providências dos governos federal e estadual. 

"Querem matar o ex-presidente Lula", disse Gleisi mais tarde, em ato ao lado do petista. "Tivemos polícia em alguns eventos, em alguns momentos, mas não temos segurança em relação à caravana (...) Não é grupo de oposição política, é milícia armada. Peço que as autoridades não esperem um cadáver para saber a gravidade das coisas que estão acontecendo desde o Rio Grande do Sul".

Na terça (20), segundo dia da viagem, Gleisi Hoffmann já havia cobrado de autoridades federais e estaduais um reforço na segurança da caravana devido a ataques feitos com pedras e ovos.

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