Protesto no STF tem pixuleco dançante e provocações entre manifestantes

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

Durante o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (22), dois grupos – um a favor e outro contra a liberdade provisória de Lula - protestaram em frente ao tribunal com pixuleco assediado para fotos e provocações mútuas entre manifestantes.

A estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal é que aproximadamente 250 pessoas estiveram na Praça dos Três Poderes nesta tarde. A segurança no local foi reforçada com a Polícia Militar e o grupo de policiamento especializado. Homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais) ficaram de prontidão no estacionamento do ginásio Nilson Nelson, a cerca de 5 km do STF.

Os grupos foram divididos em espaços pré-determinados para que não houvesse conflito. No entanto, as provocações eram permanentes.

Manifestantes contra a liberdade preventiva de Lula tentaram inflar um pixuleco (boneco) com a imagem do ex-presidente e outro com a figura do ministro do STF Gilmar Mendes. De acordo com a PM, a proibição da instalação dos bonecos infláveis tinha sido acordada entre a equipe de segurança e os manifestantes.

Em um princípio de confusão, os participantes contra Lula fizeram um círculo para tentar proteger os balões, mas a polícia lançou gás lacrimogêneo para dispersar parte do grupo e recolher os bonecos. Eles serão devolvidos ao final do julgamento, segundo a polícia.

Mais tarde, para contornar a situação, os manifestantes anti-Lula apresentaram uma fantasia de pixuleco de corpo inteiro, lembrando bonecos de parque de diversões. Quando chegou perto do protesto, o boneco rebolou e dançou em direção ao STF, em referência a não se importar com o resultado do julgamento. O pixuleco foi ainda assediado para fotos e levantado nos braços por um dos presentes. Outro, ao microfone, fazia a voz de Lula fingindo oferecer cestas básicas, criticando a corrupção no país e gritando "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".

Faixas do grupo contra Lula tinham os escritos "STF, não se apequene", "Aqui jaz a Suprema Corte", "Gilmar vendido aos corruptos" e "Ministro Gilmar, queremos corruptos na cadeia". Havia também uma bandeira do Império.

Ambos os grupos levaram caixas de sons e disputavam entre si quem falava mais alto. Em um momento, para tentar abafar o som dos manifestantes anti-Lula, um grupo começou a tocar uma música em ritmo de pagode exaltando o PT.

O grupo a favor do Lula também levou bonecos para o protesto. No caso, patos amarelos com cifrões de Real, máscara de ladrão nos olhos e referências ao governo de Michel Temer apunhalando uma carteira de trabalho com a frase "Tchau, querida". A frase foi muito usada pelos opositores ao PT na época do impeachment de Dilma Rousseff.

As faixas desse grupo tinham os escritos "Lula livre", "Lula inocente" e "Direitos trabalhistas: Lula garantiu. Temer destruiu". Eles gritavam "Bate-panelas, pode bater. Quem tirou o Brasil da miséria foi o PT" e "Olê, olê olê olá, Lula! Lula!".

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