Quem vai me julgar é a população, e não o Márcio França, rebate Doria

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Janaina Garcia/UOL

    Doria visita as obras de requalificação da praça 14 Bis, na Bela Vista (região central)

    Doria visita as obras de requalificação da praça 14 Bis, na Bela Vista (região central)

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato ao governo do Estado, afirmou nesta segunda-feira (19) que ele e o vice-governador, Márcio França (PSB), estarão em "campos opostos, ideologicamente", na campanha à sucessão estadual.

A afirmação foi uma resposta às críticas de França, que, mais cedo, no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista), afirmou que Doria "não tem palavra" ao se movimentar para deixar a prefeitura com 15 meses de mandato.

"Com relação à promessa ou não promessa, o julgamento disso será feito pela população, não por ele [França]", declarou Doria.

Após vencer as prévias do PSDB no domingo (18), o prefeito deixará o cargo no próximo dia 6 para disputar o governo do Estado. Já França, que assumirá o lugar do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em abril, diz que vai disputar a reeleição.

"Eu também respeito o Márcio França, mas estamos em campos opostos ideologicamente, principalmente depois de ele receber o apoio explícito e de agradecer, por isso, do PDT de Ciro Gomes e do PCdoB, o Partido Comunista do Brasil, que é um partido à esquerda", afirmou o prefeito.

"Não me alinho a ninguém da esquerda ou da extrema-direita, não há a menor hipótese disso."

Doria destacou ainda que o próprio PSB de França, no plano nacional, já indicou apoio ao PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos principais alvos de críticas do tucano.

"Seu próprio partido, o PSB, estará alinhado com o PT no Norte e no Nordeste defendendo Lula ou os outros criminosos do PT. Nosso campo é distinto", reforçou.

Sobre as prévias vencidas ontem, o prefeito afirmou ter recebido uma ligação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), hoje, o cumprimentando pela vitória. "Recebi hoje pela manhã a ligação dele me cumprimentando e dizendo 'Agora juntos'. A candidatura dele é a candidatura do PSDB", afirmou.

Segundo o prefeito, até o final da semana ele e Alckmin devem se reunir para tratar de campanha "com o objetivo desse alinhamento". Doria lembrou que Alckmin também se desencompatibiliza do cargo até 7 de abril para disputar a Presidência.

Janaina Garcia/UOL
Doria inaugura Centro Temporário de Acolhimento no Glicério
Inaugurado, centro não pode ser ocupado

À tarde, Doria inaugurou um CTA (Centro Temporário de Acolhimento) no Glicério, região central de São Paulo, para pessoas em situação de rua. Décima sétima unidade inaugurada pela administração municipal desde maio, o prédio não tem, contudo, o Habite-se, nem AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), documento obrigatório para funcionamento.

Indagado sobre o assunto após vistoriar o local e registrar vídeos e fotos para suas redes sociais, Doria afirmou que a inauguração não implica, necessariamente, "ocupação" do espaço.

"Estamos inaugurando, mas não estamos ocupando. Você não vai ver aqui nenhuma ocupação ainda. O AVCB é necessário e implícito em todos os projetos da Prefeitura de São Paulo", afirmou.

E completou: "Aqui, o documento será obtido até quarta-feira (21), e, na quinta, provavelmente começa a sua ocupação. Sobre o Habite-se, o prédio é propriedade da prefeitura, portanto, já está habilitado para a ocupação".

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