Operação Lava Jato

STJ julga hoje pedido de Lula para evitar prisão; recurso pode ir ao STF

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

  • Nelson Almeida/AFP

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede do Instituto Lula, em São Paulo

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede do Instituto Lula, em São Paulo

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) julga, nesta terça-feira (6), um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar que ele seja preso. Em tese, após a dupla condenação no processo do tríplex, da Operação Lava Jato, e o esgotamento dos recursos em segunda instância, o ex-presidente pode ter emitida a ordem de prisão para que comece a cumprir uma pena de 12 anos e um mês em regime fechado. O UOL transmitirá o julgamento a partir das 13h.

O habeas corpus levado ao STJ é um pedido preventivo para que a prisão não aconteça. Se negado, porém, não será o último instrumento à disposição do petista para manter sua liberdade.

Se a Quinta Turma do STJ, formada por cinco ministros, aceitar o pedido de habeas corpus preventivo feito por Lula, o ex-presidente poderá recorrer da sua condenação no caso do tríplex em liberdade. Se negar, o petista ainda pode recorrer da decisão ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Caso chegue ao Supremo, a questão pode extrapolar o caso de Lula. O cumprimento da pena após a segunda instância só é aplicado hoje graças a uma decisão tomada pelo STF em 2016. Uma eventual revisão desta posição no recurso de Lula terá impacto em vários outros processos em que o entendimento é questionado.

A tendência é de que esse cenário ocorra, já que a Quinta Turma do STJ tem decidido a favor da prisão após a segunda instância.

A defesa de Lula já levou o caso ao Supremo, mas o habeas corpus foi negado em caráter liminar por Fachin, que remeteu a análise do mérito ao plenário do STF. Um dos motivos pelos quais Fachin negou o pedido foi justamente o fato de que o processo ainda não havia sido completamente julgado em uma instância inferior --no caso, o STJ.

No dia 19, os advogados pediram ao STF que "sejam notificados" sobre a data do julgamento do recurso de Lula. Segundo o UOL apurou na ocasião, o pedido teve como objetivo pressionar pela inclusão do caso na pauta do Supremo, o que depende da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.

No TRF-4, onde Lula foi julgado em segunda instância, a defesa do petista aguarda o julgamento do seu pedido de embargos de declaração. Em tese, o recurso serve apenas para pedir esclarecimentos sobre a decisão que condenou o ex-presidente, sem alterar o resultado. No entanto, os advogados querem que a correção de supostas "omissões, contradições e obscuridades" leve à absolvição de Lula. O caso ainda não tem data para ser julgado em Porto Alegre. O julgamento desse recurso pode encerrar o processo no TRF-4 e levar ex-presidente à prisão.

A condenação no TRF-4 torna o ex-presidente, em tese, inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa. A decisão sobre a legalidade da candidatura ainda depende de um rito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Mesmo depois da condenação, o petista lidera todos os cenários da pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Datafolha no dia 31 de janeiro.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos