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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como "palhaçada" a entrega de e-mails feita pelo empresário Marcelo Odebrecht à Justiça, na semana passada, e fez duras críticas ao MPF (Ministério Público Federal).

"Veja o caso do Marcelo Odebrecht, que ficou três anos preso. Entraram na minha casa e levaram até os iPads dos meus netos. Agora, o Marcelo Odebrecht sai da cadeia e está juntando e-mail no computador dele. Pô, ninguém é palhaço neste país", afirmou Lula em entrevista à Rádio Metrópoles, de Salvador (BA), na manhã desta terça-feira (6).

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Pelo conteúdo dos 43 e-mails apresentados, Odebrecht indicou que a construtora que leva o nome de sua família teria relação com Lula e, inclusive, teria pagado despesas do ex-presidente --entre elas, reformas em um sítio em Atibaia (SP), palestras e a compra de um terreno para ser sede do Instituto Lula.

Nas mensagens, executivos do grupo fazem referência ao "amigo de meu pai" e ao "cliente". "Amigo de meu pai" seria Lula, mas o nome do ex-presidente não é citado.

Na entrevista, Lula atacou o MPF quando foi questionado sobre os depoimentos do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que confirmam acusações feitas contra o ex-presidente. Para Lula, Palocci estaria sendo forçado, por dinheiro ou pela vontade de sair rápido da prisão, a confirmar as acusações da Promotoria.

Na sequência, o ex-presidente afirmou: "Se o Ministério Público se meteu numa enrascada e contou muita mentira, por favor, não invente outra mentira. Melhor coisa é sentar, pedir desculpa pelo estrago que fizeram."

"As pessoas podem não gostar do PT, mas o PT é criticado pelas coisas boas que o PT fez", disse o ex-presidente.

Na entrevista, Lula também atacou as investigações da PF (Polícia Federal) e o juiz federal Sergio Moro. O ex-presidente defendeu o ex-governador da Bahia e ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner (PT), que, nos bastidores, é tido como um plano B para a candidatura petista à eleição deste ano.

Wagner teve sua casa alvo de mandado de busca e apreensão, pela Operação Lava Jato, sob a suspeita de que ele tivesse recebido propina. "Essa gente que sabe o que Jaques Wagner fez na Bahia e estão fazendo com ele o mesmo que fizeram comigo", afirmou Lula.