Operação Lava Jato

Espero que o STJ permita que o povo possa me julgar em outubro, diz Lula

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

No mesmo dia em que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) vai julgar o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar que ele seja preso, o pré-candidato petista afirmou que vai continuar defendendo sua "inocência, honra e dignidade". O petista disse ainda que espera que a Corte permita que o povo o julgue nas urnas.

"Hoje tem um julgamento no STJ. Eu não entendo bem essa questão jurídica, mas tem o julgamento e espero que as pessoas leiam o processo, leiam as acusações, leiam a defesa, para que as pessoas me declarem inocente e deixem o povo brasileiro me julgar em outubro", afirmou o ex-presidente, na manhã desta terça-feira (6), em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador.

O STJ julgará um habeas corpus em que a defesa de Lula tenta evitar que ele seja preso logo após o esgotamento dos recursos na segunda instância no processo envolvendo o tríplex. O UOL transmitirá o julgamento a partir das 13h.

Se o pedido do petista for negado, porém, não será o último instrumento à disposição dele para manter sua liberdade. Ele ainda pode recorrer da decisão ao STF (Supremo Tribunal Federal). Se o STJ aceitar o pedido de habeas corpus, o ex-presidente poderá recorrer da sua condenação no caso do tríplex em liberdade.

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O julgamento do recurso no STJ hoje, portanto, não vai definir se Lula ficará inelegível. A condenação na segunda instância torna o ex-presidente, em tese, inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa.

A decisão sobre a legalidade da candidatura ainda depende de um rito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Mesmo depois da condenação, o petista lidera todos os cenários da pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Datafolha no dia 31 de janeiro.

"É fácil eles me desmoralizarem... Só precisam provar que é meu. Agora, eles dizem, e não provam. Eu já provei que o apartamento não é meu. O dia que a polícia e o Ministério Público provarem que eu recebi R$ 1, estarei fora da vida pública", complementou o pré-candidato.

Na entrevista, Lula voltou a atacar o MPF (Ministério Público Federal), as investigações da PF (Polícia Federal) e o juiz federal Sergio Moro. O ex-presidente defendeu o ex-governador da Bahia e ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner (PT), que, nos bastidores, é tido como um plano B para a candidatura petista à eleição deste ano.

Wagner teve sua casa alvo de mandado de busca e apreensão, pela Operação Lava Jato, sob a suspeita de que ele tivesse recebido propina. "Essa gente que sabe o que Jaques Wagner fez na Bahia e estão fazendo com ele o mesmo que fizeram comigo", afirmou Lula.

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