Alckmin adota tom de campanha e critica mandado para revistar casas no Rio

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Janaina Garcia/UOL

    Alckmin participa de inspeção às obras da linha 15-Prata do Metrô

    Alckmin participa de inspeção às obras da linha 15-Prata do Metrô

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta terça-feira (20), em São Paulo, que discorda da utilização de mandados de busca e apreensão coletivos como forma de combate à criminalidade. Presidente nacional do PSDB, Alckmin é também pré-candidato à Presidência da República.

"O lar é inviolável. Para entrar em uma residência, precisa de autorização judicial. Você não pode ter uma autorização que vale para todos, ou seja, em aberto. Precisa de um foco. Precisa ser muito firme [no combate à criminalidade], mas atento aos direitos do cidadão e ao modelo constitucional", disse Alckmin.

A medida foi defendida ontem pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, como uma das ações das Forças Armadas na intervenção federal na segurança pública do Rio. Jungmann afirmou, no entanto, que o caráter coletivo dos mandados não representa uma "carta branca" para os militares.

Defensor da intervenção federal no Rio, ainda que por prazo limitado, o governador paulista também cobrou, por outro lado, que a questão da segurança pública seja assumida com mais ênfase pelos municípios e pela União, em vez de ser atribuição do Estado.

Em tom de campanha, o governador afirmou que vai elaborar um "projeto de governo para o Brasil com uma mudança institucional [sobre a política de segurança pública]".

"Tem dois ausentes nesse embate que precisam ter uma atuação mais efetiva: primeiro, o governo local, com ação de polícia no território. No mundo inteiro, municípios têm uma participação muito maior nisso —precisamos trazer os municípios para esse bom combate de segurança e de agir também nas causas da violência", afirmou.

E completou: "O outro [ausente] é o governo federal. Lancei a proposta de Ministério da Segurança, que o presidente Michel Temer vai implantar, mas defendo também a criação de uma agência nacional de inteligência, para trazer a inteligência dos Estados nesse embate", declarou.

Calendário eleitoral é "motor" de agenda

O tucano falou à imprensa durante a inspeção às obras da linha 15-Prata do Metrô, do sistema monotrilho, na zona leste de São Paulo. Em fase de testes, o trecho de 5,5 km percorrido por Alckmin liga as estações Oratório e Vila União. É a terceira visita do governador, em menos de uma semana, a obras inacabadas — ele admitiu que o calendário mais intenso de inspeções e inaugurações nesses primeiros meses do ano está atrelado à necessidade de desincompatibilização do governo, em abril, quando deve deixar o cargo.

Alckmin negou que a agenda provoque constrangimento em ano eleitoral. "Pelo contrário, queremos entregar no menor prazo possível. Entregamos estações no ano passado; este ano, vamos entregar mais... e também, se eu me afastar do governo em 6, 7 de abril, vai ficar muita estação para ser entregue. E também o ano que vem. Para alguém colher, alguém tem que plantar", definiu.

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