Operação Lava Jato

Advogados cobram do STF data para julgar recurso contra prisão de Lula

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

  • Jorge Araújo - 18.jan.2018/Folhapress

    O ex-presidente Lula durante ato com artistas em janeiro

    O ex-presidente Lula durante ato com artistas em janeiro

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) querem saber quando o STF (Supremo Tribunal Federal) vai julgar o recurso que pode evitar a prisão do político por causa da condenação em segunda instância no caso do tríplex, da Operação Lava Jato.

Em petição enviada nesta segunda-feira (19) ao ministro Edson Fachin, relator do recurso no Supremo, os advogados de Lula pedem que "sejam notificados da data em que o processo será levado a julgamento". 

Segundo apurou o UOL, o pedido para o aviso da data tem como objetivo pressionar para que o processo seja incluído logo na pauta no Supremo. Quem comanda a pauta da Corte é a presidente do STF, Cármen Lúcia.

No dia 9, Fachin rejeitou o pedido de habeas corpus preventivo feito pela defesa de Lula --o recurso para que o ex-presidente não seja preso após a condenação em segunda instância. O ministro enviou o caso para o plenário do STF, mas Cármen Lúcia ainda não marcou data para o julgamento do caso.

Com o entendimento hoje adotado pelo STF, Lula pode ser preso depois de esgotados os recursos no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre), onde foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex. A defesa considera este entendimento uma violação do princípio constitucional da presunção de inocência, já que Lula ainda pode recorrer a instâncias superiores. 

Tribunal pode julgar recurso em breve

Contribui para a pressa dos advogados o fato de que, nesta terça (20), se esgota o prazo para que a defesa entre com o único recurso que tem à disposição no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre), os embargos de declaração. Depois do julgamento deste recurso, em tese, Lula pode ser preso.

Como Lula foi condenado por unanimidade pelos três desembargadores da 8ª Turma do TRF-4, sua defesa pode pedir apenas os embargos de declaração, que serão julgados pelo mesmo colegiado. Este tipo de recurso serve apenas para pedir esclarecimentos sobre a decisão de um juiz ou de um tribunal, e não para mudar o mérito da condenação.

O julgamento dos embargos ainda não tem data para acontecer. O relator dos casos criminais da Lava Jato no TRF-4, desembargador João Pedro Gebran Neto, poderá pautar o caso depois que o recurso for protocolado. Pelo atual ritmo de trabalho da turma, é possível que o julgamento ocorra em março.

Além de poder levar Lula à prisão, a condenação no TRF-4 o torna, em tese, inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa. Mesmo depois da condenação, o ex-presidente liderou todos os cenários da pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Datafolha no dia 31 de janeiro.

Dentro do PT, pessoas próximas a Lula já estariam trabalhando com a possibilidade de que o ex-presidente seja preso em março; publicamente, a agenda política dele permanece. Nesta semana, está prevista sua participação em dois atos do PT, um em Belo Horizonte e outro em São Paulo. Sua "caravana" pela região Sul, marcada para começar no dia 27, foi adiada para o dia 19 de março para "ajustar o roteiro ao calendário estudantil", informou o site do petista.

Lula pode ser preso após condenação?

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