Pelos precedentes do STF, Lula deve receber habeas corpus, diz Haddad
Do UOL, em São Paulo
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Reprodução/UOL
Coordenador-geral do programa de governo do PT e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
O coordenador-geral do programa de governo do PT e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou estar confiante na decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o pedido de habeas corpus por parte da defesa do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Lula foi condenado em segunda instância no TRF-4, por unanimidade, a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no último 24 de janeiro.
Em entrevista no programa de Roberto D'Avila, na Globo News, Haddad foi questionado sobre a possibilidade de ser o candidato do Partido dos Trabalhadores caso o ex-presidente seja detido. Prontamente, respondeu: "Não consigo nem pensar nessa possibilidade [de Lula ser preso]".
"Há precedentes no próprio Supremo, que tem acatado a pedidos de habeas corpus em situações iguais ao do presidente. Creio que o STF vai analisar com muito cuidado e, quero crer, ele vai receber o benefício", argumentou o ex-prefeito.
Como em outras entrevistas e aparições públicas, Haddad reafirmou que o PT e ele, particularmente, acreditam na inocência de Lula. "Ninguém defende impunidade, nem de familiar, nem de amigo. Eu já li a íntegra da sentença, que tem 250 páginas e, até hoje, não vi sustentação naquela decisão", afirmou.
'Temer deveria se candidatar'
Sobre o estado atual da democracia brasileira, Haddad surpreendentemente defendeu que Temer deveria ser candidato à Presidência nas eleições deste ano.
"Temer pode ser candidato. E não importa que ele tenha 5% ou 8% de [avaliação] ótimo ou bom. Se ele não defender o governo dele, quem vai defender? Nós precisamos debater ideias, projetos. Ele defende o projeto do mercado financeiro. Tem quem defenda o projeto dos trabalhadores, tem quem defenda o projeto do setor produtivo… Nós precisamos discutir projetos consistentes", argumentou.
Questionado sobre o crescimento da extrema-direita, Haddad defendeu que "os intolerantes não podem ter chance na democracia".
"Não pela proibição, mas pelo convencimento. Nós precisamos isolar os intolerantes e discutir projetos", concluiu o ex-prefeito.
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