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Dilma defende Lula e diz que "tapetão" nas eleições estenderá instabilidade

Bernardo Barbosa

Do UOL, em Porto Alegre

  • Bernardo Barbosa/UOL

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) defendeu nesta segunda-feira (22) em Porto Alegre a candidatura de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao afirmar que não deve haver nenhuma tentativa de ganhar as eleições de 2018 "no tapetão".

A defesa feita por Dilma é feita a dois dias do julgamento do ex-presidente pelo TRF-4, na capital gaúcha, no caso do tríplex. Uma confirmação da condenação dada pelo juiz Sergio Moro pode tirar Lula das eleições e até mesmo levá-lo para a cadeia.

Segundo Dilma, o processo de impeachment que a tirou do poder em 2016 levou a uma instabilidade institucional que ainda persiste no país e pode continuar se houver "casuísmos", na disputa eleitoral deste ano.

Para a ex-presidente, as eleições deste ano serão a chance que "o Brasil tem de [se] encontrar consigo mesmo". "Para isso, tem uma pré-condição. A eleição de 2018 não pode ter casuísmos, não pode levar a qualquer tentativa de ganho no 'tapetão'. Porque continuará se reproduzindo essa situação [de instabilidade]", afirmou Dilma.

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Dilma também comparou a discussão de um "plano B" para o PT caso Lula seja impedido de concorrer com as sugestões de renúncia feitas a ela durante a crise política que culminou em seu impeachment. Ela refutou a ideia de "gesto de grandeza" para ambos os casos. "É a tentativa dos 'golpistas' de mascarar o 'golpe'".

A ex-presidente disse que a "contradição" de Lula "ser inocente", na visão de seus apoiadores, e ser condenado pela Justiça "não será resolvida" por quem o defende.

Segundo ela, não há provas de que Lula agiu para beneficiar a construtora OAS, de quem o ex-presidente teria recebido o tríplex.

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Para Dilma, a condenação de Lula pelo TRF-4 seria uma forma de completar o "golpe", termo usado pela militância pró-Lula para se referir ao impeachment da ex-presidente e às medidas adotadas pelo governo de Michel Temer (PMDB), como a reforma trabalhista.

"Quanto mais ficam claras as consequências sociais desse golpe, mais as pessoas começam a perceber os reais motivos desse golpe. Isso fica claro nas pesquisas de intenção de voto", afirmou, em alusão à liderança de Lula nos levantamentos de institutos de pesquisa.

Como será o julgamento de Lula?

Dilma participou do evento "Diálogos internacionais sobre a democracia", que contou com diversas lideranças de esquerda da América Latina em defesa de Lula. O evento foi organizado pelo PT e pelo PCdoB.

 

Candidatura em xeque

Mesmo com uma eventual condenação na segunda instância e até preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda poderá registrar sua candidatura à Presidência no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Isso não significa, porém, que a presença dele na eleição presidencial, marcada para 7 de outubro, seja uma certeza. Recursos jurídicos referentes ao processo criminal em que ele foi sentenciado e a análise da candidatura junto à Justiça Eleitoral geram dúvidas sobre a possibilidade de o petista disputar o pleito.

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