População quer candidato fora dos extremos, diz Collor sobre Presidência

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

O ex-presidente e senador por Alagoas, Fernando Collor de Melo (PTC), explicou os motivos que o levaram, nesta sexta-feira (19), a decidir e anunciar pré-candidatura à Presidência da República. Sem citar nomes, o político disse a escolha veio porque as principais candidaturas postas até o momento representam "extremos" e há um "vazio ao centro."

Acho que o centro democrático desse país está sem candidaturas que possam representar esse sentimento e vontade da população brasileira de ter um candidato a presidente que não esteja nesses extremos, seja da direita, seja da esquerda. Esse centro está muito vazio." 

Fernando Collor, em entrevista à rádio 96 FM, de Arapiraca (AL), logo após anunciar sua pré-candidatura a correligionários

Na conversa, o ex-presidente também lembrou parte de sua trajetória à frente da Presidência, entre 1990 e 1992, e argumentou que a população não quer passar por aventuras.

"A experiência vai contar muito na avaliação do eleitorado brasileiro. Ele não quer ser mais vítima de surpresas, do inesperado, do desconhecido, de algo que já verificou que não dava certo. Então eu acredito que esse o momento é da reflexão do eleitorado que vai desejar candidatos que tenham experiência e compromissos sociais, com a nação e com o desenvolvimento. Na questão pessoal, sinto muito orgulho de ser o presidente que modernizou o Brasil, que fez a abertura comercial do país", falou.

Apesar de anunciar a intenção, Collor afirmou que a vontade ainda é inicial e que há dependência de uma conjunção de fatores para confirmação. "Uma candidatura, uma eleição à Presidência é muito mais obra do destino do que propriamente de um desejo que você resolveu postular", explicou.

Collor também foi questionado sobre o que faria de diferente na Presidência caso pudesse voltar no tempo.

"Aos 40 anos de idade, eu faria --com a experiência que tenho hoje-- tudo que fiz logo no início do meu governo, aquelas reformas, aquelas medidas? Talvez fizesse a mesma coisa, mas de maneira mais suave, mais ponderada. Mas ao mesmo tempo, se eu não tivesse os 40 anos, e sim a idade que eu tenho, talvez não fizesse as reformas tão abrangentes que fiz. No frigir dos ovos, colocando na balança, o resultado tinha de ser esse. Eu representava um projeto vitorioso apoiado pela população", explicou.

Para o senador, a escolha do presidente em outubro é fundamental porque o país começou a sair da crise e precisará de políticas de desenvolvimento a partir de 2019.

"Importante que possamos cada vez mais ter clareza ideológica do que o país vai precisar nesse momento de crise que nos encontramos. Estamos saindo, graças a Deus e às medidas tomadas pelo presidente Michel Temer. Ao presidente tem de ser dado esse crédito, embora tenha minhas críticas pela forma como estão sendo feito reformas, pela intensidade e rapidez", pontuou.

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