Julgamento de Lula terá transmissão ao vivo pela internet
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
-
Bruno Santos/ Folhapress
A sessão do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex será transmitida ao vivo pela internet. Marcada para a próxima quarta-feira (24), a sessão terá como única pauta a apelação no processo em que o petista foi condenado a nove anos e seis meses de prisão.
A informação sobre a transmissão foi confirmada pela assessoria de imprensa do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que cuida dos processos da Lava Jato na segunda instância. A transmissão irá ocorrer na página do TRF-4 no YouTube. Mais detalhes serão repassados ainda nesta quinta-feira (18). O sinal da transmissão será retransmitido pelo UOL.
Leia também:
- Candidatura de Lula será levada até as últimas consequências, diz Haddad
- Temos que trabalhar com a hipótese de Lula não ser eleito, avalia ex-presidente do PT
- Juiz não pode levar em conta se réu é candidato, diz advogado de Lula
As sessões da 8ª Turma do TRF-4, que julgará a apelação de Lula contra a sentença, costumam ser gravadas, mas não transmitidas em tempo real "para preservar a segurança dos magistrados, que atuam na área criminal, e evitar a exposição dos réus", segundo o Tribunal.
A assessoria de Lula, sua defesa e o MPF (Ministério Público Federal) na segunda instância não quiseram comentar a notícia da transmissão da sessão.
Essa é a segunda alteração que o TRF-4 realiza em função do julgamento. Na semana passada, o Tribunal informou a alteração de seu expediente nos dias 23 e 24. Até mesmo os prazos processuais foram suspensos nestas datas. A medida também foi inédita no tribunal.
Na ocasião, a justificativa foi que as mudanças levavam em conta "as medidas que estão sendo adotadas pelos órgãos de segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul e pela Polícia Federal para garantir a segurança do público interno e externo durante a realização do julgamento".
Julgamento crucial para Lula
A 8ª Turma do TRF-4 julga Lula em segunda instância no dia 24 pelo chamado processo do tríplex. Na primeira instância, o juiz Sergio Moro condenou o petista a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa do ex-presidente diz que não há provas dos delitos.
O julgamento do TRF-4 é crucial para o futuro de Lula. Em pleno ano de eleições presidenciais e com o petista liderando pesquisas de intenção de voto, uma condenação em segunda instância pode torná-lo inelegível e até mesmo levá-lo à prisão.
Até agora, nenhum governo ou órgão de segurança pública informou qual será o esquema de segurança em Porto Alegre para o julgamento de Lula. Poucas medidas são conhecidas, como a vinda de policiais que atuam no interior e a solicitação, pela SSP (Secretaria de Segurança Público) para o fechamento de prédios públicos federais no entorno do TRF-4 e da Câmara Municipal
Desde o início do ano, representantes de diversos órgãos municipais, estaduais e federais de segurança e transportes têm se reunido justamente para definir o que fazer em Porto Alegre na semana do julgamento.
A capital gaúcha será palco de inúmeros protestos nos dias que antecedem o julgamento de Lula, de grupos contrários e favoráveis à condenação do petista, e caravanas de diversos pontos do Brasil são aguardadas. Manifestantes também planejam acampar na cidade.
A sede do TRF-4 fica em uma área de Porto Alegre repleta de prédios públicos e ao lado do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia), conhecido por sediar, em setembro, o Acampamento Farroupilha, tradicional festa folclórica gaúcha. Uma decisão judicial dada no fim de dezembro impediu a montagem de acampamentos em toda a região do tribunal.
Como será o julgamento de Lula em 2ª instância
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- Lula pode ser preso logo após o julgamento do tríplex em 2ª instância?
- Turma que vai julgar Lula costuma manter condenações dadas por Moro a políticos
-
- Discurso cronometrado, ordem dos votos e mais: como será o julgamento de Lula
- Candidatura de Lula será levada até "últimas consequências", diz Haddad