Tucano Artur Virgílio Neto é reeleito prefeito de Manaus

Rosi Carvalho

Colaboração para o UOL

  • Reprodução/Facebook

    O tucano Artur Virgílio se aliou a um antigo adversário, Eduardo Braga (PMDB)

    O tucano Artur Virgílio se aliou a um antigo adversário, Eduardo Braga (PMDB)

O prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto (PSDB), 70, foi reeleito neste domingo (30). Desde 2004, o eleitor da capital do Amazonas não reelegia um prefeito. O tucano derrotou o advogado Marcelo Ramos (PR), que tinha o apoio do governador do Amazonas, José Melo (Pros).

Com 100% das urnas apuradas, Artur Virgílio recebeu 55,96% dos votos contra 44,04% de Ramos.

Artur Virgílio comemorou a vitória e afirmou que precisa de apoio do governo federal para "passar pela crise econômica".

"Serão anos muito difíceis, mas a gente é experiente para atravessar essa crise. Temos articulação nacional e internacional (...) Vou deixar bem claro que eu preciso bem mais da ajuda do governo federal que ele próprio da minha ajuda", afirmou.

O tucano disse que cogitou não se candidatar. "Pensei seriamente em não concorrer. Mas eu não seria ético, tendo a oportunidade da reeleição, não disputar. Eu via a nominata de candidato valorosos, mas que não reuniram a necessária experiência para governar Manaus", declarou.

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Será a terceira vez que Artur Virgílio administra a capital do Amazonas. Ele já havia ocupado o cargo entre os anos de 1989 e 1993. Artur Virgílio exerceu também três mandatos na Câmara Federal (1983-1987 e 1995-2002) e um como senador da República (2003-2010).

Ele foi reeleito tendo como principal bandeira melhorias na educação municipal. No início do segundo turno, o tucano prometeu criar um bônus por desempenho para os professores e apareceu, em seu programa eleitoral, chorando durante um discurso para profissionais da educação.

Durante a campanha, Artur Virgílio se aliou a um antigo adversário no Estado, o senador e ex-ministro de Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff Eduardo Braga (PMDB). Durante a campanha, os dois indicaram que a aliança se estenderá até as eleições de 2018, quando estarão em disputa duas vagas ao Senado e o governo do Amazonas.

Em 2010, o tucano não conseguiu se reeleger senador e, após as eleições, pediu a cassação do mandato da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) à Justiça Eleitoral. Alegou que Eduardo Braga, seu atual aliado, e Lula haviam movimentado recursos irregulares para ajudar a adversária a derrotá-lo.

Acordo nacional

Seguindo a aliança nacional entre PSDB e PMDB, Artur escolheu o deputado federal Marcos Rotta (PMDB-AM) como vice na chapa tucana. O acordo foi costurado com Eduardo Braga. À época, Rotta era apontado por pesquisas de intenção de voto como o único dos pré-candidatos à Prefeitura de Manaus em condições de vencer Artur.

A disputa entre o atual prefeito e Ramos, que teve em seu palanque representantes da máquina estadual como secretários e políticos do Pros do governador José Melo, foi de alta temperatura, caracterizada na troca de acusações e até de exposição das vidas pessoais dos adversários.

Manaus

Artur Neto vai governar uma cidade com dois milhões de habitantes. Manaus tem PIB de R$ 64 bilhões e está entre as sete cidades que concentram cerca de um quarto do PIB do país, segundo dados do IBGE de 2013.

Por outro lado, Manaus é uma das piores cidades em saneamento básico e está longe de cumprir as metas federais de universalização do saneamento, de acordo com os dados do ranking do saneamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em 2015.

A maior parte do atendimento básico de saúde, que era feito pela prefeitura, passou a ser feito pelo governo do Estado que, alegando falta de dinheiro, quer devolver a responsabilidade à prefeitura. Em resposta, o prefeito reeleito diz que a estrutura municipal de saúde não está preparada para a demanda.

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