"O são Pidão ajudou o Pezão a conseguir muita coisa". A frase é da freira Elizabeth Alves, 75, amiga do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), reeleito no domingo (26). A religiosa diz que, há 20 anos, presenteou Pezão, então prefeito de Piraí, sua cidade natal, com uma imagem que seria de um frade italiano conhecido por pedir muito. Desde então, o político adotou a imagem como uma espécie de amuleto, principalmente nas ocasiões em que esteve em Brasília para pedir recursos do governo federal.

"Quando ele era prefeito de Piraí, nós trabalhamos juntos. Ele é muito da área social e sempre gostou de ajudar os pobres. Por isso eu dei a imagem do são Pidão. Tenho certeza que ela o ajudou a conseguir muitas coisas e, consequentemente, fez a carreira dele deslanchar", afirmou a religiosa.

Elizabeth afirmou não saber com exatidão a origem do são Pidão. "Eu sei que ele foi um franciscano carequinha e muito humilde, que ganhou esse apelido por estar sempre pedindo, mas não para ele, e sim para os pobres. Quando ele aparecia, as pessoas falavam: 'Lá vem o são Pidão'. Quando ele morreu, seu enterro ficou cheio de populares", explicou a irmã.

Irmã Elizabeth é uma das coordenadoras da Pastoral da Criança no território fluminense e, atualmente, desenvolve trabalho social na Casa da Criança, em Volta Redonda, na região sul do Estado. Em 1995, ela e Pezão trabalhavam juntos em apoio ao projeto Criança Viva, que tinha como objetivo reduzir o índice de morte de gestantes durante o parto no município de Piraí.

"Naquela época, a cidade estava entre os 30 municípios brasileiros com as maiores taxas de morte materna. Piraí tem apenas 22 mil habitantes, mas a taxa era maior do que cidades com mais de cem mil", disse ela.

A freira relatou que Pezão teve a ideia de ir a Brasília pedir ajuda ao governo federal para alavancar o projeto e ampliar a rede de atendimento. "Antes dele viajar, eu dei o são Pidão e falei que ele deveria guardá-lo e levá-lo com ele a todo canto, sempre que precisasse. Deu certo", comentou.

"Desde que o Pezão popularizou o são Pidão, eu não acho mais essa imagem. Esgotou no Brasil inteiro. Eu queria comprar uma imagem nova e não consigo por culpa do Pezão", brincou ela, aos risos.

Questionada sobre o principal assunto pelo qual Pezão deveria acionar são Pidão nos próximos quatro anos, a religiosa disse que "o ponto chave é a violência no Estado". "Esse será o grande desafio dele como governador", resumiu. Ela informou ainda que, no dia 5 de dezembro, às 9h, a Pastoral da Criança fará "caminhadas pela paz" em Volta Redonda e outros 23 municípios na região do Vale do Paraíba.