Pezão anunciará equipe a partir de novembro e diz que quer manter Beltrame

Do UOL, no Rio

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta segunda-feira (27) que fará as primeiras nomeações de secretários a partir da segunda quinzena de novembro. Em entrevista à rádio "CBN", o chefe do Executivo fluminense, reeleito neste domingo (26), disse ainda que conversará antes com o atual secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, para checar "como está o espírito dele" depois de mais de sete anos à frente da pasta. "Vamos ver se ele descansa um pouco para que possa de animar de novo e estar à frente de algo tão importante", declarou.

Segundo Pezão, será criada uma secretaria para centralizar as políticas públicas planejadas e executadas para a região metropolitana do Estado, que inclui a capital e os municípios do entorno. "Não adianta só resolver os problemas da cidade do Rio e ignorar os outros municípios. (...) Queremos um órgão forte que centralize e dê mais velocidade a todas as políticas públicas", afirmou o governador. O novo órgão vai priorizar, segundo ele, as áreas de mobilidade urbana, saúde e saneamento.

Pezão citou ainda outras metas imediatas de sua gestão, como a entrega de 50 leitos na Santa Casa de Misericórdia, até a próxima semana, e a ampliação para 250 leitos até o fim do ano. Tal estrutura estaria apta a receber pacientes da rede pública estadual já no começo de 2015, de acordo com o planejamento do governo estadual. Além disso, até o fim do ano, Pezão tem como meta inaugurar 59 Clínicas da Família.

"Com a atenção básica, você resolve mais de 80% dos problemas. Não pode uma mãe de uma criança com bronquite asmática ir para a emergência de um hospital e concorrer com o baleado. (...) Eu quero ajudar as cidades a ter essa política", disse o governador, que exigirá das prefeituras a implementação de consórcios a fim de melhorar a gestão da saúde. "Só vou repassar recursos para os municípios através do programa Somando Forças se eles se comprometerem com isso", completou.

O governador disse que está em discussão com os prefeitos e secretários da Baixada Fluminense construir um hospital-geral na região. A Baixada, concentra a maior parte dos municípios da Região Metropolitana do Rio. Em seu discurso, após a oficialização dos votos pelo Tribunal Superior Eleitoral, o governador disse que dará atenção especial à saúde. "Meu desejo era um terreno que atendesse a todos os municípios da Baixada. Queria que fosse um lugar mais central, que tivesse mobilidade fácil de se chegar", afirmou.

No segundo turno, o peemedebista obteve mais de 4,3 milhões de votos, que representaram 55,78% dos votos válidos. O seu adversário no pleito, o senador Marcelo Crivella (PRB) obteve 44,22% dos votos válidos, mais de 3,4 milhões de votos.

Eleições 2014 no Rio de Janeiro
Eleições 2014 no Rio de Janeiro

Vitória dedicada a Cabral

Durante entrevista coletiva concedida minutos depois da confirmação da reeleição, Pezão dedicou a vitória ao antecessor e correligionário, Sérgio Cabral, de quem foi vice-governador por mais de sete anos. Este será o terceiro mandato seguido de um político do PMDB no governo do Estado.

Segundo ele, o "irmão Cabral" foi o grande responsável pela sua candidatura, quando "todos duvidavam" de sua capacidade para concorrer à chefia do Executivo, inclusive dentro de seu próprio partido.

"Eu quero agradecer muito ao ex-governador Sérgio Cabral, uma pessoa que, em sua entrevista no primeiro dia após a reeleição, me lançou como candidato. Todo mundo achou que foi precipitado, uma ousadia. Mas ele acreditou", afirmou Pezão, durante entrevista concedida em um hotel na zona sul da capital fluminense. "Eu dedico essa vitória a ele", declarou.

O peemedebista lembrou de pesquisas eleitorais divulgadas no começo do ano, antes da campanha, que o colocavam com cerca de 5% das intenções de voto. "As pessoas duvidavam da escolha que ele [Cabral] tinha feito dentro de um partido grande como o PMDB. O Sérgio sempre esteve ali, firme", declarou.

Questionado se o ex-governador poderia ser indicado a um cargo do governo estadual, Pezão desconversou e disse que Cabral será uma espécie de consultor. "Ele vai ser a minha fonte permanente", resumiu.

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