"Nossa luta agora é na Justiça", diz Crivella após reeleição de Pezão

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

  • Erbs Jr/Frame/Estadão Conteúdo

    Crivella votou na manhã deste domingo (26) no clube Marimbás em Copacabana. A entrada da imprensa não foi permitida no local de votação e o candidato falou com os jornalistas na saída do clube

    Crivella votou na manhã deste domingo (26) no clube Marimbás em Copacabana. A entrada da imprensa não foi permitida no local de votação e o candidato falou com os jornalistas na saída do clube

Candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB) agradeceu aos eleitores, mas prometeu entrar na Justiça para questionar a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Segundo ele, é preciso esclarecer primeiro as 13 ações da PRE (Procuradoria Regional Eleitoral) contra o adversário. "É prematura qualquer comemoração do PMDB", afirmou.

"Vamos acompanhar com os nossos advogados a tramitação das ações. Se não for esclarecido aqui, vamos à Brasília. Primeiro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e, se for preciso, no Supremo (Tribunal Federal)". Nossa luta agora é na Justiça", declarou. "Aceitamos a resposta das urnas, desde que a eleição se dê conforme as regras, o que não ocorreu", afirmou.

Crivella criticou os ataques feitos por Pezão durante a campanha. Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho do bispo Edir Macedo, ele foi chamado mais de uma vez de "testa de ferro" do líder da Igreja pelo governador.

"Todo ataque atrapalha. Pezão, ao contrário de nós, fez questão de misturar política com religião", afirmou. O senador comentou ainda a vitória da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). "Foi um alívio. Estamos tristes pelo Estado, mas muito felizes pela vitória da presidente", declarou. Crivella disse ainda não saber se irá concorrer novamente ao governo e que pretende retomar na próxima terça-feira (28) a sua rotina como senador em Brasília.

Durante entrevista após a oficialização da vitória nas urnas, Pezão dedicou a reeleição ao antecessor, o ex-governador Sérgio Cabral. O governador também disse que "apanhou feito cachorro sem dono" dos adversários durante a campanha.

Eleições 2014 no Rio de Janeiro
Eleições 2014 no Rio de Janeiro

Após a confirmação da derrota nas urnas, o vice na chapa de Crivella, o general José Alberto da Costa Abreu, classificou a campanha como uma vitória e desejou boa sorte a Pezão. "Foi uma campanha dificil, mas saímos fortalecidos", afirmou.

Parte da equipe do candidato do PRB acompanhou a apuração no comitê de campanha do candidato, no centro do Rio. Assim que a vitória do atual governador se mostrou irreversível, os assessores deixaram a sala e se abraçaram, visivelmente abalados.

O marqueteiro da campanha de Crivella, Lula Vieira, lamentou o resultado das urnas. Mas classificou o resultado alcançado pelo senador como uma vitória. "Para uma campanha com um só partido, com tão poucos recursos, chegar a 40% dos votos é uma vitória imensa", afirmou.

Ele disse que, apesar das diferença de mais de 10 pontos percentuais apontada pelas pesquisas, toda equipe de campanha tinha esperanças. "As pesquisas erraram tanto, acreditamos até o último momento".

Para Vieira, ainda é cedo para mensurar o peso da religião na campanha. "Não há como saber a importância disso ainda. Acho que a questão da diferença de recursos entre os candidatos foi mais importante. Mas já nasce um político forte no Estado pronto para uma próxima eleição".

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