Creio que está havendo "uma espécie de virada", diz Dilma sobre pesquisas

Leandro Prazeres

Do UOL, no Rio

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), comentou nesta quinta-feira (23), a três dias do segundo turno das eleições, o resultado da últimas pesquisas eleitorais, em que ela aparece pela primeira vez à frente do candidato tucano, Aécio Neves.

Dilma, que normalmente não fala sobre o resultado de pesquisas de intenções de voto, afirmou que acredita estar havendo uma "virada" nos rumos das eleições. "Eu acredito que está havendo uma espécie de virada. Eu acho que há uma virada visível nas ruas. Eu vi isso também em Duque de Caxias, vi isso no Tuca [Teatro da Universidade Católica, em São Paulo] e em vários outros lugares", disse a candidata.

Dilma atribuiu a "virada" à "ampliação" de consciência do eleitorado no final do período eleitoral. "Eu acho que acontece isso nas eleições. Eu acho que amplia a consciência, amplia a adesão das pessoas e a convicção que elas assumem. Acho que é um movimento mais popular do que partidário", afirmou Dilma.

Pesquisas do Datafolha e do Ibope divulgadas nesta quinta-feira mostram a dianteira da petista fora da margem de erro. Considerando os votos válidos, Dilma está com 53% das intenções de voto contra 47% de Aécio, segundo o Datafolha. Já de acordo com o Ibope, a petista está com 54%, e o tucano, 46%. Nas duas pesquisas a margem de erro é de dois pontos percentuais.

Violência

Dilma fez um apelo aos militantes para evitarem confrontos físicos na reta final das eleições. O apelo foi feito durante entrevista coletiva realizada em um hotel do Rio de Janeiro. "Gostaria de fazer um apelo para isso não ocorresse (…) ninguém pode sair do campo das ideias e ir pro campo da realidade física", disse a presidente. Na tarde desta quinta-feira, militantes pró-Dilma e pró-Aécio entraram em conflito em frente ao Teatro Municipal de São Paulo.

A presidente afirmou que é normal que haja um "acirramento" dos ânimos durante a reta final das eleições e disse que é importante que as pessoas discutam sobre o assunto, desde que não haja violência. "Eu acho que é uma eleição bastante disputada. Acredito que isso não vai ocorrer (…) Temos confrontos, tem conflito, mas eles têm de se manter dentro do campo das ideias", afirmou a candidata.

A postura conciliadora de Dilma foi diferente da adotada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (23). Em comício realizado em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, Lula voltou a chamar o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, de 'filhinho de papai' e perguntou se o tucano teria coragem de chamar um homem de leviano em vez de fazê-lo diante da presidente Dilma.

Questionada sobre a postura adotada por Lula nos últimos dias, Dilma rebateu. "Eu acho que você devia perguntar isso ao presidente Lula (…) você acha que também é correto alguém me chamar de leviana? Eu sou presidente da República, sou também mulher, mãe e avó. Então, vamos ter calma", afirmou a candidata.
 

Campanha presidencial 2014
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