Em MG, 1º marido de Dilma exerceu cargo de confiança sob prefeitura do PT

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

Além do irmão Igor Rousseff, assessor especial na gestão petista na Prefeitura de Belo Horizonte, o primeiro marido da presidente Dilma Rousseff, Cláudio Galeano de Magalhães Linhares, exerceu cargos de confiança no município.

Em 2 de fevereiro de 2005, Linhares foi nomeado assessor especial pelo então prefeito Fernando Pimentel (PT) e ocupou o cargo por quase quatro anos. O petista, que foi ministro do Desenvolvimento de Dilma até o começo do ano, foi eleito governador de Minas Gerais no primeiro turno, no último dia 5.

Linhares foi exonerado em 1º de janeiro de 2009, quando o recém-eleito Marcio Lacerda (PSB), tomou posse. Em 1º de abril de 2009, o ex-marido de Dilma foi novamente nomeado pelo socialista em cargo de consultor técnico especializado, lotado no gabinete do prefeito. Lacerda, que foi eleito com o apoio do PT e do PSDB, entretanto, exonerou-o do cargo em 5 de julho de 2010. Além destes cargos, o ex-marido de Dilma foi também membro do Conselho Fiscal da Belotur (empresa de turismo do município) no período em que esteve na prefeitura da capital mineira.

Igor Rousseff, por sua vez, foi nomeado em 2003 assessor especial da prefeitura, lotado no gabinete do então prefeito Pimentel. Exonerado do cargo em 1º de janeiro de 2005, ele foi novamente nomeado assessor especial, em 16 de março de 2005, desta vez na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Informação de Belo Horizonte, e exonerado em 1º de janeiro de 2009, por Lacerda.

As informações são da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Informação do município.

Campanha presidencial 2014
Campanha presidencial 2014


Acusações de nepotismo esquentam campanha

Nesta quinta-feira (16), durante o debate entre os candidatos à presidência, realizado pelo UOL, SBT e Jovem Pan, Aécio Neves, acusado por Dilma de nepotismo durante seu governo em Minas Gerais, revidou citando o irmão de Dilma também como um caso de nepotismo: "O seu irmão (Igor Rousseff) foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003 e nunca apareceu para trabalhar", afirmou Aécio.

 

"A sua irmã e o meu irmão têm que ser regidos pela mesma, eles não podem estar no governo que nós estamos. O nepotismo, candidato, eu não criei. O nepotismo é uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Toda sociedade brasileira sabe que dentro do Governo Federal e dentro do Governo do Estado de Minas não pode ter um irmão, uma irmã, um tio, três primos e três primas. O senhor tem de dar conta de todos, não só da sua irmã", disse Dilma, na réplica.

A assessoria de Pimentel disse nesta sexta-feira (17) que o governador eleio não iria comentar a participação do primeiro marido de Rousseff no seu governo. Negou ainda que tenha havido, durante a gestão do petista na capital mineira, nepotismo ou nepotismo-cruzado (quando uma autoridade nomeia um parente de uma outra autoridade que, em contrapartida, também nomeia um parente desse).

Também nesta quinta-feira (16), após o debate, Pimentel disse pelas redes sociais que "Igor Rousseff foi assessor especial do prefeito de Belo Horizonte na minha (de Pimentel) gestão".

"Eram seis cargos dessa natureza. Um deles ocupado por Igor Rousseff. Que é advogado e trabalhou com regularidade e eficiência no gabinete do prefeito e na procuradoria do município", afirmou o governador mineiro eleito.

Casamentos

Arquivo pessoal
Dilma e seu segundo marido, Carlos Araújo

Dilma, Pimentel e Linhares são amigos desde a adolescência e militaram no Colina, grupo político que combatia a ditadura militar, no início dos anos 70, em Belo Horizonte.
 
A presidente Rousseff casou-se com Linhares em 1967, somente no civil, após um namoro de um ano e meio. Na clandestinidade, em 1969, após o casal ter deixado Belo Horizonte e se transferido para o Rio de Janeiro, Rousseff conheceu o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, então com 31 anos, por quem se apaixonou e com quem viria a viver por 30 anos. A separação de Linhares e Rousseff teria sido tranquila. "Naquela situação difícil, nós não tínhamos nenhuma perspectiva de formar um casal normal", afirmou Linhares mais tarde.
 
O irmão da presidente, Igor Rousseff, que estaria aposentado e residindo em Juiz de Fora (a 265 quilômetros da capital) não foi localizado para comentar o caso. Linhares, que estaria morando na Nicarágua, também não foi localizado.

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