No rádio, Aécio chama ex-diretor da Petrobras de ex-presidente da estatal

Do UOL, em São Paulo

No primeiro dia de horário eleitoral no rádio após o primeiro turno, a campanha de Aécio Neves (PSDB) citou, nesta sexta-feira (10) o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que afirmou que o PT recebia parte de dinheiro de contratos da estatal. O áudio divulgado ontem foi gravado durante audiência à Justiça Federal no Paraná como parte de um acordo de delação premiada com o ex-diretor.

A propaganda de Aécio, no entanto, chamou Costa de "ex-presidente" da Petrobras, cargo que ele nunca ocupou. Entre 2004 e 2012, período que concentra as denúncias, Costa era diretor de Abastecimento e Refino da empresa.

Como o áudio foi divulgado na tarde de quarta, a campanha de Aécio não chegou a utilizá-lo em seu primeiro programa, exibido na TV na noite de ontem. No rádio, na manhã desta sexta, o PSDB apresentou um "comentarista político" para falar sobre as acusações de Costa, que o apontou como "ex-presidente da Petrobras".

Em seguida, o locutor disse que não poderia julgar as acusações, mas fez críticas à presidente Dilma Rousseff, adversária do tucano no segundo turno, por dizer que não sabia de casos de corrupção na estatal. Citando frase semelhante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na época do mensalão, o locutor afirmou que o Brasil precisava "de um presidente mais bem informado". O UOL não conseguiu falar com a campanha de Aécio sobre a troca de cargo de Costa.

Ontem, as primeiras pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas após o primeiro turno mostraram empate técnico entre Aécio Neves e Dilma. Pela primeira vez na campanha, no entanto, o tucano apareceu numericamente à frente da candidata à reeleição, nas duas pesquisas.

Dilma ataca gestão FHC

Transmitida logo após os 10 minutos destinados a Aécio, a propaganda de Dilma, que teve exatamente a mesma duração, repetiu as críticas feitas no programa de TV, direcionadas principalmente à gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Dilma disse que no segundo turno "o que está em jogo não é uma disputa de nomes, é um modelo de país". "Não faço ataques pessoais ao adversário (...) Ele representa um modelo que quebrou o país três vezes, que abafou todos os escândalo de corrupção, que provocou desemprego altíssimo, recessão, que esqueceu os mais pobres."

O programa também fez críticas à declaração de FHC ao UOL, de que os eleitores de Dilma seriam "menos informados". 

Campanha presidencial 2014
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