PT encolhe em SP, e Padilha tem a menor votação do partido em 16 anos

Do UOL, em São Paulo

Com 18,2% dos votos válidos, Alexandre Padilha teve a menor votação do PT nos últimos 16 anos de eleições estaduais em São Paulo. Foi o quarto pior desempenho histórico do partido em disputas pelo governo paulista.

Plinio de Arruda Sampaio, em 1990 (9,6%), Lula, em 1982 (9,9%) – na primeira eleição majoritária disputada pelo PT – e José Dirceu, em 1994 (15%) tiveram votação pior do que a obtida por Padilha neste domingo (5).

O resultado das urnas mostra que o PT encolheu no Estado. Nas últimas três eleições, o partido havia conseguido mais de 30% dos votos. Apesar dos números expressivos, só uma vez o partido conseguiu ir ao segundo turno – com José Genoino, em 2002.

As demais eleições foram resolvidas já na primeira rodada, com vitórias dos candidatos do PSDB. Os tucanos estão no comando estadual desde 1994, quando Mário Covas foi eleito. A última vez em que houve um segundo turno no Estado foi há 12 anos.

Mas nem só nas eleições para governador o PT teve resultados negativos no Estado. Além da derrota de Padilha, Dilma não conseguiu repetir em São Paulo a votação das eleições passadas. Em 2010, a presidente teve 37% dos votos válidos, enquanto neste ano recuou para 26%.

Em disputa pelo Senado, Eduardo Suplicy também saiu derrotado nas urnas. O petista, que estava no Congresso desde 1990, foi derrotado pelo rival tucano José Serra.

Historicamente, o PT encontra resistências no eleitorado paulista. Exceção feita a 2002, quando Lula conseguiu vencer Serra, o partido sempre foi derrotado no Estado. Com cerca de 32 milhões de eleitores, São Paulo é o maior colégio eleitoral do país.

Campanha eleitoral

Ministro das Relações Institucionais do governo Lula, o candidato permaneceu na Esplanada no governo Dilma, desta vez na Saúde. Estava à frente da pasta quando do lançamento do programa Mais Médicos, sua principal bandeira de campanha.

Ungido candidato por Lula, o PT esperava repetir o desempenho de Fernando Haddad, eleito para a prefeitura de São Paulo em 2012, em sua primeira disputa eleitoral. Como Padilha, Haddad também foi ministro do ex-presidente (na Educação).

A campanha do petista foi marcada por duros ataques ao governador Alckmin - a quem chamou de covarde, mentiroso e "fujão" -, mas a estratégia não deu resultado.

Nem mesmo os apoios de Dilma e Lula foram capazes de alavancar sua candidatura. O ex-presidente, fiador da candidatura de Padilha, acompanhou o candidato em vários atos públicos.

Apesar disso, a campanha petista não empolgou. Padilha lutou contra a alta rejeição a seu nome, apesar de ser menos conhecido entre os eleitores do que o governador Alckmin.

O resultado das urnas deste domingo, no entanto, mostrou-se melhor do que o esperado pelo PT. As últimas pesquisas de intenção de voto mostravam o candidato com 14%.

Eleições 2014 em São Paulo
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