Absolvido no mensalão, Paulo Rocha (PT) é eleito senador do Pará

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

  • Igor Mota/Futura Press/Estadão Conteúdo

    Paulo Rocha (de vermelho) foi eleito senador pelo Pará com 46,3% dos votos

    Paulo Rocha (de vermelho) foi eleito senador pelo Pará com 46,3% dos votos

Paulo Rocha (PT) venceu a disputa para o Senado no Pará após uma campanha marcada pela polêmica com 46,3% dos votos válidos. Rocha, que renunciou ao mandato como deputado federal em 2005 durante o escândalo do mensalão petista, ganhou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o direito de manter a candidatura após ser barrado pelo TRE-PA em razão da Lei da Ficha Limpa.

Neste domingo (5), o petista superou os votos do tucano Mário Couto e de Jefferson Lima (PP). Na disputa pelo governo do Estado, Helder Barbalho (PMDB) e Simão Jatene (PSDB) vão disputar o segundo turno.

Na época em que as denúncias do mensalão vieram à tona, Rocha era líder do PT na Câmara dos Deputados. Ele foi acusado do crime de lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 820 mil do esquema, mas acabou absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2012 em um empate entre os ministros (a lei prevê que, em caso de empate, o réu deve ser favorecido).

Eleições 2014 no Pará
Eleições 2014 no Pará

No final de julho o TRE-PA (Tribunal Regional Eleitoral do Pará), aceitou a impugnação movida pelo Ministério Público Eleitoral e por Helenilson Pontes, candidato ao Senado pelo PSD, e rejeitou o registro da sua candidatura, enquadrando-o na Lei da Ficha Limpa.

Rocha recorreu ao TSE e teve o recurso atendido. O petista alegou que a sua renúncia se deu em 2005 -- portanto, antes de a lei, aprovada em 2010 e aplicada pela primeira vez em 2012, entrar em vigor. 

Conheça o futuro senador

Sindicalista e técnico em Artes Gráficas, Rocha nasceu em 1951 no município de Curuçá, no Pará. Filiado ao PT desde 1981, ele se elegeu deputado federal pela primeira vez em 1991, tendo sido reeleito três vezes. Dentro do PT, foi tesoureiro do partido em Belém e secretário-geral do diretório regional até 1997.

Paulo Rocha foi ainda presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) em Belém, entre 1984 e 1990.

O senador eleito faz parte da coligação Todos pelo Pará, que reúne, além do PT, outros dez partidos - PMDB, DEM, PC do B, PHS, PSL, Pros, PDT, PPL, PTN e PR. Rocha apoia a candidatura de Helder Barbalho (PMDB), filho do ex-governador do Pará Jader Barbalho, ao governo do Estado, aliança costurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pará

Segundo maior Estado do país, o Pará tem cerca de 7,6 milhões de habitantes divididos em 144 municípios. O PIB estadual soma R$ 88,4 milhões (segundo os dados do IBGE de 2011), o equivalente a R$ 11,5 mil por pessoa.

O índice de mortalidade infantil no Estado é de 20 por mil nascidos vivos (a média do Brasil é de 16 por mil), taxa de analfabetismo de 11,23% (16º lugar entre os Estados brasileiros). O Pará tem um dos mais altos índices de homicídios do país, 45,9 assassinatos por cem mil, fica atrás apenas de Alagoas e do Espírito Santo.

A segurança pública foi apontada pelos leitores do UOL como o principal ponto a ser melhorado no Estado, seguida de corrupção e educação.

Paulo Rocha
  • Partido: PT
  • Nascimento: 01/04/1951, em Curuçá (PA)
  • Ocupação: aposentado
  • 1º Suplente: Valdir Ganzer (PT)
  • 2º Suplente: Ibanes Taveira da Silva (PDT)
  • Coligação: Todos pelo Pará (PMDB / PT / DEM / PC do B / PHS / PSL / PROS / PDT / PPL / PTN / PR)

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