Deputada do 'baixo clero', Rose de Freitas (PMDB) é eleita senadora pelo ES
Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio
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Divulgação
Rose de Freitas comemora eleição para o cargo de senadora pelo Espírito Santo
A deputada federal Rose de Freitas (PMDB), 65, foi eleita neste domingo (5) senadora pelo Espírito Santo, com 46,23% dos votos válidos, contra 31,11% de seu principal rival, Neucimar Fraga (PV), 48. O candidato petista João Coser, 58, terminou em terceiro, com 20,16% dos votos válidos.
Na disputa pelo governo do Estado, o também peemedebista Paulo Hartung, 57, conseguiu ser eleito já neste primeiro turno, com 53,44% dos votos válidos.
Rose chega ao Senado após longa trajetória na Câmara, Casa em que pertencia ao "baixo clero", como é conhecido o grupo de parlamentares menos expressivos em Brasília.
A peemedebista está em seu sexto mandato como deputada federal e também exerceu a função de assessora da Presidência da República nos primeiros quatro anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1995 e 1998. A vitória de Rose confirma o resultado das últimas pesquisas eleitorais, que a colocavam à frente de Fraga e Coser.
Troca de farpas e batalhas judiciais
Na reta final da campanha eleitoral, o embate entre Rose de Freitas, João Coser e Neucimar Fraga foi marcado por intensa troca de farpas entre os candidatos, o que gerou batalhas judiciais no TRE-ES (Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo).
O primeiro a procurar a Justiça Eleitoral foi Coser, ex-prefeito de Vitória, que se sentiu prejudicado por uma propaganda veiculada pela campanha da adversária. O tribunal determinou que Rose retirasse o material, mas a decisão foi anulada posteriormente.
Eleições 2014 no Espírito Santo
Já Neucimar chegou a ser punido pelo TRE-ES com a perda de um minuto no horário eleitoral no rádio, para que Rose tivesse direito de resposta em relação a uma peça publicitária veiculada pelo concorrente do PV.
Hegemonia do PMDB no Senado
O sucesso de Rose representa um triunfo do PMDB no cenário capixaba, pois o partido já possuía uma das três cadeiras do Estado no Senado. Ela se juntará, portanto, a Ricardo Ferraço (PMDB) e Magno Malta (PR). O PT, por sua vez, perde espaço com a saída de Ana Rita, eleita em 2006 --o mandato no Senado dura oito anos.
A deputada, que já atuou como jornalista, radialista e professora, é também proprietária rural e já foi casada com Huguinho Borges (PMDB), ex-vereador de Vitória. Natural de Caratinga (MG), foi eleita pela primeira vez em 1983 para o cargo de deputada estadual. Também já exerceu a função de diretora administrativa financeira da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).
Em 2011, Rose foi eleita vice-presidente da Câmara, tornando-se a primeira mulher a ser escolhida para um cargo na Mesa Diretora da Casa. Dois anos depois, mesmo sem o apoio do PMDB, a parlamentar decidiu concorrer à presidência da Câmara, mas não conseguiu fazer frente ao colega de partido e favorito Henrique Eduardo Alves.
Saúde e agricultura
Em entrevistas concedidas durante a campanha, Rose demonstrou ter preocupação especial em relação a temas como a saúde e a agricultura no interior do Espírito Santo.
Uma de suas propostas é a reabertura do pleno funcionamento do hospital Dório Silva, na Serra. A senadora eleita também disse ser favorável a investimentos de infraestrutura para o setor agrícola capixaba, oferecendo meios necessários no sentido de aumentar e potencializar a produção.
Para internautas do UOL, os temas que mais preocupam o morador das cidades do Espírito Santo são a segurança pública e a saúde. Os temas se repetem quando a pergunta é sobre o que o internauta mais deseja que melhore em sua vida.
Espírito Santo em números
O Estado tem população estimada de 3,8 milhões de pessoas distribuídas por 78 municípios, segundo os dados mais recentes do IBGE.
A violência é um grave problema no Espírito Santo, o Estado tem a segunda maior taxa de homicídios do país (47,3 por cem mil habitantes). Fica atrás apenas de Alagoas, onde a taxa é de 64,6 mortes a cada cem mil, segundo dados de 2012 compilados no último Mapa da Violência.
A mortalidade infantil no ES está abaixo da média nacional, são 12 óbitos a cada mil nascidos vivos frente à média brasileira de 14,4 mortes a cada mil, segundo o IBGE.
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