"Pode ser até que a gente resolva no 1° turno", diz coordenador de Dilma

Leandro Prazeres

Do UOL, em São Paulo

  • Alan Marques/Folhapress-10.dez.2013

    Um dos principais coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT), o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, já fala em terminar as eleições no primeiro turno: "Pode ser até que a gente resolva no primeiro turno"

    Um dos principais coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT), o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, já fala em terminar as eleições no primeiro turno: "Pode ser até que a gente resolva no primeiro turno"

Embalado pelos resultados das últimas pesquisas de intenção de voto, o prefeito de São Bernardo do Campo (SP) e um dos homens-fortes da campanha à reeleição de Dilma Rousseff (PT), Luiz Marinho (PT), já fala em terminar as eleições presidenciais no primeiro turno. "Pode até ser que a gente resolva no primeiro turno", disse. Em entrevista ao UOL, Marinho diz que os ataques à candidata Marina Silva (PSB) vão continuar e que, neste momento, o partido não está preocupado com "governabilidade" em um eventual segundo mandato de Dilma. "O importante é vencer", afirma.

UOL - Qual será a estratégia da campanha em um eventual segundo turno?

Luiz Marinho - Não tem segundo turno sem antes passar pelo primeiro. Quem disse que está consolidado o segundo turno? Pode ser que sim, pode ser que não. É evidente que o mais provável é que haja um segundo turno. E evidente que o mais provável é que quem vá para o segundo turno seja a Marina [Silva], mas não necessariamente é esse o caso. Caso tenha segundo turno, pode ser Marina, pode ser o Aécio. Agora, mas também é possível resolver [as eleições] no primeiro turno porque, com a velocidade das curvas [de intenções de voto] dos últimos dias, pode até ser que a gente resolva no primeiro turno.

O PT vai continuar com a estratégia de atacar a Marina Silva? Essa vai ser a linha em um eventual segundo turno?

Disputa é disputa e se tem contradição, tem que explorar as contradições. Em qualquer campanha, um vai olhar para as contradições do outro. É evidente que caso tenha [segundo turno], caso seja a Marina, as contradições serão exploradas, se for o Aécio, também.

Há quem diga que o marqueteiro João Santana está fora de controle por conta das últimas peças veiculadas em que o tom das críticas estava, segundo, inclusive, alguns petistas, acima do tom. João Santana está, mesmo, fora de controle?

Não tem isso. Estamos fazendo uma disputa eleitoral e as contradições aparecem. Pode ser que o tom tenha passado um pouco aqui ou acolá, mas não tem ninguém fora de controle.

Com uma campanha tão acirrada e o PT enfrentando PSB e PSDB, o PT teme que, em um eventual segundo mandato de Dilma, o partido fique ainda mais dependente do PMDB?

Não dá pra fazer conjecturas antes das eleições. Até a eleição, é uma disputa. Depois, é outro processo de composição. Agora, o que está em debate é ganhar as eleições. Depois que ganhar, você pensa em que composição fazer, que atuação parlamentar… É outro momento.

Então, o importante é ganhar? Governabilidade vem depois?

Governabilidade é depois. É evidente que se você olha o panorama, é um que nos parece muito interessante. O PT vai se fortalecer nos Estados, ao que tudo indica. Estamos caminhando para a reeleição do Tarso [Genro, no Rio Grande do Sul], nosso governador no Acre [Tião Viana], tenho esperança de vencer Estado de Minas [com Fernando Pimentel], o que era impensável pra muita gente. Para nós, o resultado, aparentemente até aqui, nos parece bastante interessante.

Qual a avaliação do PT em relação ao que deu de errado com a candidatura de Alexandre Padilha? Tudo indica que vocês não esperavam estar tão atrás nas pesquisas.

Vamos aguardar. Quem disse que deu errado? Agora, é verdade, nós esperávamos estar melhor posicionados, mas já vi resultados surpreendentes na última semana. Gente que comemorava a vitória teve que chorar a derrota e gente que chorava e que teve que comermorar. Nossa expectativa é que no mínimo ele dobra a votação em relação ao que é apontado nas pesquisas. O voto, nas urnas, vai ser pelo menos o dobro do das pesquisas. E não estou aqui questionando as pesquisas, hein? Não é isso. É que as vezes o eleitorado surpreende mesmo.

Ao contrário do que se imaginava após a vitória de Fernando Haddad (prefeito petista de São Paulo) em 2012, ele não participou tão ativamente da campanha de Padilha. Foi uma decisão deliberada?

Haddad etá participando na medida em que ele pode participar. Está na primeira gestão, tem muitos nós, e devagar, coloca as coisas nos eixos. Ele começou um processo de crescimento que eu acho que será contínuo.

A baixa popularidade dele influenciou na decisão?

Nós não decidimos nada. Ele participou…não teve algo como…"oh Haddad, você não vai participar". O tempo todo ele foi chamado pra participar e na medida em que a campanha foi ficando crescente,  ele foi chegando.

Existe temor no PT com relação ao que pode surgir a partir de mais depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do do doleiro Alberto Yousseff?

Não temos o que temer em relação ao Paulo Roberto. Se ele fez as 'cacas' dele, ele tem que arcar com as cacas dele. O partido não tem nada com isso.

E com relação a Alberto Yousseff?

Não. Acho que o PT não tem que temer. Se alguma empresa triangulou com o Yousseff, elas é que têm que temer. O partido não tem o que temer. A princípio, eu vejo não vejo problema. Até onde eu conheço das coisas, não vejo absolutamente nenhum temor.

Voltando ao segundo turno, como você imagina que será um segundo turno com as forças de PSB e PSDB unidas contra o PT?

Não vou falar de segundo turno. Até porque eu não sei se terá segundo turno. No dia 5, depois de fechadas as urnas, boca de urna apresentada, aí a gente vai falar de segundo turno. A imprensa insistiu com esse negócio de segundo turno. Parece que a imprensa está decretando que tem que ter segundo turno. Vamos deixar o povo decidir isso?

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