Dilma diz que Aécio 'tem que explicar caso do aeroporto'

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), respondeu às declarações do candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves (PSDB), de que o PT 'ensina a mentir e a roubar'.

Segundo a candidata, Aécio deveria explicar o episódio em que um aeroporto foi construído pelo governo de Minas Gerais em uma propriedade rural de um de seus tios enquanto Aécio governava o Estado.

Em comício em Taboão da Serra (SP), Aécio Neves criticou o que, segundo ele, será parte do legado deixado pelo PT. "Tudo aquilo que aprendemos com nossos pais e avós, que não se deve mentir, não se deve roubar, o governo do PT ensina ao contrário. Essa talvez seja a pior, a mais maldita das heranças que o governo do PT deixará ao seu sucessor", afirmou.

Em entrevista coletiva realizada na noite dessa sexta-feira (26), a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), rebateu  as acusações feitas pelo tucano.

"Em vez de ele ficar fazendo declarações genéricas e jogando elas ao vento, ele deveria responder porque é que é que, segundo um jornalista da Folha de S. Paulo, quem tinha a chave do aeroporto era o seu tio", disse a presidente.

Dilma se referia à reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo sobre um aeroporto construído no município de Cláudio, no interior de Minas Gerais, dentro das terras de uma propriedade rural de um de seus tios. Ainda segundo a reportagem, a chave do aeroporto ficava em poder de seu familiar.

Pacote anti-impunidade

As declarações da candidata à reeleição aconteceram no mesmo dia em que ela anunciou que, se reeleita, irá tentar implementar um pacote contra a impunidade.

Segundo a presidente, o pacote consiste de cinco medidas que incluem a mudança da legislação eleitoral e a criação do crime de 'caixa 2', criação de uma lei que permita desapropriar bens adquiridos com recursos oriundos de atividades ilícitas, alteração da legislação processual para agilizar processos envolvendo desvio de recursos públicos e a criação de uma estrutura paralela aos tribunais superiores (STJ e STF) para agilizar o andamento de processos de réus que tenham foro privilegiado.

"O Brasil precisa de ver reforçado alguns valores, alguns fundamentos e esse combate (à impunidade) tem sido um compromisso do meu governo", disse a presidente.

Durante o anúncio, Dilma não explicou porquê o pacote será apresentado apenas se ela for reeleita e não durante os seus quatro anos de mandato.

O anúncio do pacote anti-impunidade acontece em um momento particularmente sensível para o governo, sobretudo depois de o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ter prestado depoimentos à Polícia Federal nos quais ele teria revelado um esquema de desvio de recursos da estatal para abastecer o caixa 2 de aliados do governo.    

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