Em debate na CNBB, Dilma e Aécio criticam posturas de Marina

Do UOL, em São Paulo

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    Candidatos tomam seus lugares minutos antes do início do debate

    Candidatos tomam seus lugares minutos antes do início do debate

Os candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) fizeram críticas indiretas à Marina Silva (PSB) em suas primeiras intervenções no debate entre os presidenciáveis realizado nesta terça-feira (16) pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).

No primeiro bloco, todos os candidatos responderam sobre reforma política, com base na proposta encampada pela CNBB. Aécio classificou a reforma política como "a mãe de todas as reformas". Ele defendeu a implantação do sistema de voto distrital misto, o fim da reeleição e o aumento do mandato presidencial para cinco anos.

Em ataque indireto à Marina, que mudou seu programa de governo 24 horas depois de lançá-lo, o tucano afirmou que seu projeto de governo "não é uma proposta construída no improviso, tampouco se modifica ao sabor dos ventos".

 

Já a candidata à reeleição, Dilma Rousseff, defendeu uma reforma política que contempla todos os pontos defendidos pela CNBB: instauração do voto distrital misto, financiamento público de campanha, votação em listas partidárias e fim da coligação proporcional. 

 

Depois disso, fez uma defesa do sistema partidário. "Acredito que essa reforma política tenha de renovar e transformar os partidos políticos existentes. Me preocupa muito porque os partidos, numa democracia, são essenciais. Não existe democracia no mundo sem partidos. (...) Acredito também que, numa reforma política, nós temos de considerar, que quando os partidos não existem, poderosos mandam por trás da cena. E é o caminho para a ditadura, ou restrições das liberdades".

 

A afirmação foi uma crítica velada a Marina Silva, que defende a construção de um governo suprapartidário, governando "com os melhores" de cada partido.

 

A candidata Marina Silva, por fim, não defendeu nenhum ponto específico das propostas em debate para uma eventual reforma política.

 

"No nosso programa de governo, nós fizemos questão de tratar do tema da reforma política. Não com uma proposta pronta e acabada, mas uma proposta que seja capaz de ajudar a atualizar o processo político no Brasil, que volte a fazer uma ligação entre representantes e representados".

 

A pessebista mencionou as manifestações ocorridas em junho do ano passado, para lembrar que a população é desejosa de uma reforma política

 

"Hoje, há um forte reconhecimento da sociedade de que boa parte das lideranças políticas e das instituições políticas não os representam. Não é por acaso que as manifestações de junho do ano passado claramente deram esse sinal, e daí a necessidade de uma reforma política que seja capaz de colocar no centro do debate a melhoria da qualidade da política, das instituições políticas."

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