A candidata da PSB à Presidência, Marina Silva, rebateu nesta quarta-feira (3) a comparação feita por Dilma Rousseff (PT) em sua propaganda eleitoral exibida ontem. Na TV, a petista comparou a adversária com os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor.

Marina usou a frase "a esperança venceu o medo", dita por Luiz Inácio Lula da Silva quando venceu a eleição presidencial pela primeira vez, em 2002.

"Eu acredito profundamente que a esperança venceu o medo. A sociedade brasileira, quando faziam todo esse terrorismo com o Lula, repetia essa frase. E eu acho que a população brasileira acredita nisso e confia na democracia. Infelizmente, quem está querendo ressuscitar o medo é a presidente Dilma", disse a presidenciável em entrevista ao portal 'G1'.

"A pior forma de fazer política é pelo medo. Eu prefiro fazer pelas duas coisas que orientaram a minha vida: esperança e confiança. O povo brasileiro tem esperança e confiança na sua democracia, que a duras penas conquistou. Não vai se deixar amedrontar por qualquer tipo de fraqueza que aqueles que, no medo de perder o poder, praticam. Inclusive esquecendo daquilo que defenderam", completou.

Na terça-feira, Marina já havia respondido ao ataque, em sabatina promovida pelo jornal O Estado de São Paulo. Na ocasião, ela disse que sua carreira política impede a comparação e afirmou que quem poderia parecer com Collor seria "uma pessoa que nunca foi eleita nem vereadora, ser eleita presidente do Brasil". Dilma venceu em 2010 sem nunca ter disputado uma eleição.

Na última pesquisa Datafolha de intenções de voto, Marina apareceu empatada na liderança com Dilma. Em um possível cenário de segundo turno, a candidata do PSB venceria com uma vantagem de 10 pontos percentuais.

Casamento gay

Marina voltou a falar sobre sua posição sobre os direitos da comunidade LGBT, depois de ter publicado uma errata em seu programa de governo que excluiu a regulamentação do casamento gay, entre outras propostas, e tornou o texto mais genérico.

"A decisão do Supremo [Tribunal Federal] confere à união civil os mesmos direitos das pessoas que são casadas. A Constituição brasileira faz uma distinção: a instituição 'casamento' é utilizada para pessoas de sexo diferente, e 'união civil' para pessoas de mesmo sexo. Isso está assegurado em nosso plano de governo", disse. "No nosso programa, o consenso que estabelecemos foi quanto à união civil."

Emenda para acabar com a reeleição

A candidata do PSB também abordou a proposta de estabelecer um mandato de cinco anos e o fim da reeleição, tema que já defende em seu programa de governo. "Acabar com a reeleição será uma grande contribuição para o país. Assumo o compromisso que meu mandato terá quatro anos para renovar a política e fazer as reformas. O próximo [presidente] terá cinco anos."

"Vamos mandar uma emenda. Já existe uma série de iniciativas no Congresso nessa direção", complementou Marina, que afirmou que é preciso "respeitar a alternância de poder" em um regime democrático.