PT, PSDB e PSB negam surpresa com ascensão de Marina Silva nas pesquisas

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

O discurso das lideranças do PT, PSDB e até do PSB é de que não houve surpresa com o resultado da pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (26), que mostra um crescimento de Marina Silva e a queda de Aécio Neves e Dilma Rousseff.

As declarações foram dadas antes do primeiro debate entre os presidenciáveis, que será exibido pela Band a partir das 22h.

O deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), presidente do PT, afirmou que era natural a ascensão de Marina nas pesquisas em função da comoção provocada pela morte de Eduardo Campos e pelo fato de ela ser mais conhecida que o ex-governador de Pernambuco.

Falcão, entretanto, afirma que pesquisas internas feitas pelo PT mostram que Marina tem um percentual de intenções de voto "um pouco inferior" e Dilma um "pouco superior" ao obtido na pesquisa Ibope. O presidente do PT não quis informar quais são os percentuais das duas candidatas ("Não vou divulgar o número a vocês"), mas cravou o de Aécio: 15%.

De acordo com ele, as pesquisas do PT são realizadas diariamente e, nos últimos quatro dias, mostram uma estagnação de Marina. Falcão afirmou que Dilma não mudará a estratégia da campanha e partir para um embate direto com Marina.

"Vamos continuar apresentando nossas propostas, falar sobre o futuro, sem ataques a nenhum candidato". Perguntado sobre um eventual segundo turno com Marina, Falcão afirmou que o partido está focado no primeiro turno.

Já o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), presidente nacional do PSDB, afirmou que o partido recebeu com naturalidade a queda de Aécio e a subida de Marina. Disse, ainda, que as pesquisas feitas pelo PSDB coincidem com a do Ibope.

Para Nogueira, "Aécio tem todas as condições" de reverter o quadro negativo". "Nós temos duas candidatas ultraconhecidas e um candidato pouco conhecido (Aécio)". O presidente do PSDB afirmou também que o resultado do Ibope é influenciado pela emoção gerada pela morte de Campos.

A exemplo de Falcão, ele negou que a campanha tucana terá Marina como alvo. "Continuaremos com uma campanha de propostas. Evidente que se ele for atacado, teremos que avaliar."

Roberto Amaral, presidente do PSB, disse que a campanha socialista não se surpreendeu com o percentual de Marina.

"Era o mesmo patamar [de intenções de voto] que ela tinha nas pesquisas do começo do ano", afirmou. A última pesquisa com Marina antes da morte de Eduardo Campos foi divulgada em maio deste ano, pelo Datafolha. No levantamento, a ex-senadora aparecia com 27% das intenções de voto.

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