Marina Silva diz que saída de coordenador de Campos é "mal-entendido"
Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
Após mal-estar com a saída do coordenador de campanha do PSB, Carlos Siqueira, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse nesta quinta-feira (21) que houve um "mal-entendido" e que o organograma da campanha está mantido.
Segundo ela, os coordenadores que o PSB indicasse seriam mantidos. "Porque eu não iria fazer interferência na coordenação que já havia sido indicada pelo PSB. É lógico que estamos diante de uma situação que tem um mal-entendido e o próprio PSB deve esclarecer", afirmou ao chegar à reunião na sede do partido em Brasília.
À "Folha de S. Paulo", Siqueira disse que foi tratado de maneira "grosseira" pela ex-senadora. "Eu havia anunciado que minha função estava encerrada com a morte de meu amigo. Na reunião [de quarta-feira] ela foi muito deselegante comigo. Eu disse que não aceitaria aquilo e afirmei: 'a senhora está cortada das minhas relações pessoais'."
O rompimento ocorreu após Marina decidir colocar o ex-deputado Walter Feldman (PSB-SP) como seu braço direito na coordenação.
Marina, porém, disse que Feldman iria ser adjunto de Siqueira e que os coordenadores indicados por Campos seriam mantidos.
Segundo ela, "a única mudança" foi no comitê financeiro, com a chegada de outro aliado seu, Bazileu Margarido, que antes estava como coordenador adjunto da campanha. E no lugar do Bazileu, a entrada de Walter Feldman.
"A decisão em relação aos coordenadores que o PSB tinha indicado está mantida e o PSB os manteve e eu os mantive primeiro quando disse que o organograma continuaria da mesma forma como havíamos concebido no arranjo anterior", acrescentou.
Outra saia-justa que Marina precisará contornar é a provável ruptura do PSL com a aliança. O partido não enviou representantes para a reunião.
"O PSL não pôde estar aqui por circunstâncias pessoais", disse Marina, sem, porém, confirmar o desembarque da sigla.
O comando do PSB se reúne na manhã desta quinta-feira (21) com dirigentes dos demais partidos da coligação, formada por PPS, PRP, PHS, PPL e PSL, com a missão de manter a coesão da aliança em torno da nova chapa presidencial, com Marina Silva e o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) de vice.
Segundo a legislação eleitoral, é preciso haver aprovação da maioria dos aliados em torno dos novos nomes para a substituição ser autorizada. No caso da aliança Unidos pelo Brasil, composta por seis siglas, ao menos quatro precisam concordar com a mudança.
Com críticas a Marina por entender haver pouca abertura de diálogo, o presidente do PSL (Partido Social Liberal), Luciano Bivar, já anunciou que pretende deixar a coligação por achar que ela não irá cumprir compromissos assumidos por Eduardo Campos, que antes encabeçava a chapa.
Veja também
- Única brasileira em lista da Time, Marina Silva merece mais nossa atenção
- Marina é citada pela Time em lista das 100 pessoas mais influentes de 2024
- Marina declara apoio a Boulos e diz que SP tem desafio de ?estabilizar democracia?
- Polícia ouve suspeitos de ligação com morte de sobrinho-neto de Marina