Vice de Alckmin, Márcio França (PSB) prefere imagem de Campos a de Marina
Fernanda Calgaro
Do UOL, em São Paulo
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Bruno Poletti/Folhapress
Deputado federal Márcio França (PSB-SP), candidato a vice governador em São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB)
Para evitar mal estar, o deputado federal Márcio França (PSB-SP), vice na chapa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, disse nesta quarta-feira (20) que prefere usar na sua campanha a imagem de Eduardo Campos do que a de Marina Silva.
A ex-senadora, que deve assumir a candidatura após a morte de Campos, é crítica ferrenha à aliança do seu partido com os tucanos paulistas. Quando ainda era vice, Marina chegou a dizer que não subiria em palanque do PSDB "em hipótese alguma".
"Se eu tivesse que escolher, eu gostaria de continuar usando a imagem do Eduardo. Eu acho que, neste instante, é a imagem mais forte", afirmou França antes da reunião da Executiva do PSB para discutir a chapa presidencial. "Eu continuaria usando a imagem dele porque me sinto apto."
França minimizou ainda o impacto da ausência de Marina nos palanques regionais e defendeu que ela mantenha coerência. "Eu acho que ela tem que seguir o caminho dela. Foi esse comportamento que a fez chegar até aqui, na frente [nas pesquisas de intenção de voto] no segundo turno. Está em empate técnico, mas antes estar em empate técnico na frente do que atrás", afirmou.
Em pesquisa Datafolha realizada logo após a morte de Campos, Marina aparece com 21% dos votos no primeiro turno, o que a coloca em situação de empate técnico com o candidato do PSDB, Aécio Neves (20%). Em pesquisa anterior, Campos havia conseguido apenas 8%.
A presença de Marina também empurra a decisão para um segundo turno em que ficaria numericamente à frente de Dilma Rousseff (PT), com 47% das intenções de voto contra 43% da presidente. É uma situação de empate técnico nos limites máximos da margem de erro, que é de pontos percentuais para mais ou menos.
Para França, a campanha de Marina não dependerá tanto de palanques para se fazer conhecida. "O tipo de perfil que ela tem se comunica bem com a comunicação de massa, que é televisão e redes sociais. Ela entra num perfil 'não-partidário'. O eleitor quer vê-la sozinha. Claro que tem coisas que ela precisa fazer, nos palanques nos rincões dos Estados, no interior."
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