Não tomaremos decisão com base em pesquisas, diz presidente do PSB

Carlos Madeiro

Do UOL, no Recife

  • Beto Macário/UOL

    O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, que assumiu o cargo após a morte de Eduardo Campos

    O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, que assumiu o cargo após a morte de Eduardo Campos

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, que assumiu o cargo após a morte de Eduardo Campos, afirmou nesta segunda-feira (18), no Recife, que o partido não vai tomar decisões sobre candidaturas com base em pesquisas eleitorais. Ele também voltou a afirmar que a viúva Renata Campos pode ser candidata ao que quiser.

Pesquisa Datafolha publicada hoje, mostra Marina Silva (PSB), que era vice na chapa de Campos, empatada tecnicamente com Aécio Neves (PSDB) em segundo lugar, 21% contra 20%. Dilma lidera com 36%.

"Nós não tomamos decisão em função de pesquisa. Respeito muito os institutos, mas escolhemos nossos candidatos em função dos seus perfis. Nós temos um projeto que quer combater a injustiça social", disse.

Ele também não quis comentar os números da pesquisa. "Os números que nós tínhamos há pouco, antes da tragédia, eram diferentes desses, e nós tínhamos a mesma esperança que temos hoje da vitória."

Líderes do PSB estão reunidos no Recife para discutir os rumos da campanha do partido. O encontro foi convocado por Renata Campos.

Antes da chagada dela, Amaral também disse que ainda não tinha conversado com a viúva, mas voltou a afirmar que ela pode ser o "que quiser". "Não sei, não conversei, ela pode ser o que ela quiser. É bom para o partido, para o país, para Pernambuco. Agora não posso dizer nada antes de falar com ela e respeitá-la. Ela tem uma família, um projeto, é uma mulher que supera as dificuldades, uma prova essa reunião aqui." Renata chegou ao local por volta do meio-dia acompanhada dos cinco filhos.

O presidente negou que ele seja contrário à indicação de Marina. "Isso só pode ter partido de um idiota. O PT não procurou para aproximação. Meu pai dizia: 'o boi só fura a cerca que conhece'. Quem vai dizer o melhor nome é a comissão nacional", afirmou.

Amaral voltou a dizer que a decisão do PSB sobre o nome de Marina Silva será tomada apenas na reunião da quarta-feira (20), em Brasília. "Na quarta-feira vamos decidir todos os pontos presentes do partido, qual a melhor maneira de manter viva essa mensagem que Eduardo deixou, mas não abandonar o país. Não deixaremos o país."

Ele disse ainda que não tem preferência por nome de vice. "Presidente que se preza não tem nome de preferência, conduz o partido ao nome de preferência consensual do partido. O perfil já foi anunciado, que seja um nome que represente o partido, seja orgânico, que a militância se identifique e que se já integrado ao projeto que já vinha conduzido pelo Eduardo Campos", finalizou.

Jarbas Vasconcelos apoia Marina e diz que PMDB não mexe com ele

Dissidente do PMDB nacional, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) antecipou que vai fazer campanha em Pernambuco para Marina Silva (PSB) --caso os socialistas a confirmem--, mesmo com seu partido tendo o vice-presidente na chapa de Dilma.

"Faço [campanha para Marina], claro! Eles [do PMDB] me respeitam, não vão mexer comigo", disse, na chegada à uma casa de eventos.

Para o senador, não há surpresa em Marina aparecer na pesquisa empatada com o senador Aécio. "Marina aparecia em abril, quando imaginava-se ainda inverter essa chapa, com mais de 20%. Ela tem potencial eleitoral maior que o titular, olhando por essa perspectiva", avaliou.

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