Senti deslocamento do ar, diz dentista que estava onde avião caiu

Leandro Prazeres e Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

 

"A gente tomou um susto grande. O estrondo foi horrível e eu senti o deslocamento do ar. Foi como uma enorme bola de fogo", descreveu o cirurgião dentista Carlos Vinícius Moreira Sampaio, 70. Ele estava na academia Mahatma, um dos edifícios atingidos pelo avião que transportava o candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), e caiu em Santos nesta quarta-feira (13).

"Quando o barulho acabou, a gente saiu procurando as pessoas que estavam na academia. Alguns ficaram machucados", contou o dentista.

Sampaio diz que sofreu uma queimadura próxima ao ombro esquerdo, mas que conseguiu ajudar alguns feridos com a queda do avião. "Tinha algumas crianças na piscina, no andar debaixo da academia. Eu vi uma mulher com o filho sangrando e um senhor com o rosto cortado por um estilhaço de concreto. Assim que o susto passou, eu liguei para o Samu", afirmou.

Família se livrou da queda de avião por 1,5 metro, diz empresário 

Vizinho da área atingida pela queda do avião em que estava o candidato Eduardo Campos, o empresário Fabrício Rodrigues Simões, 39, disse que não perdeu a sua família por causa de 1,5 metro. A aeronave caiu nos fundos do apartamento de sua mãe e destruiu a área do serviço do imóvel.

"Minha família se livrou por 1,5 metro. O avião vinha em chamas no ar", conta Simões, que jogava futebol na hora do acidente. "Minha esposa me ligou, pois viu o avião cair na academia, que dá de fundo para casa da minha mãe. Saí correndo, mas graças a deus minha mãe não estava lá. Mas minha tia, que estava na cozinha, ficou a um metro e meio do avião. Ficou tudo destruído. Não tem mais área de serviço, não existe mais."

 

Corpos estão mutilados

O estudante Abílio Costa, 23, morador de um dos prédios atingidos pelo avião afirma que viu partes de corpos espalhados pelo local do acidente. "Havia fogo no meu prédio e na parte de trás do bicicletário tinha uma parte de corpo, um pé", conta o estudante.

Abílio diz que as primeiras equipes de resgate chegaram ao local pouco mais de 10 minutos após o acidente, mas que a área só foi isolada depois, o que permitiu que várias pessoas tirassem fotos de partes dos corpos das vítimas.

Duas ruas estão interditadas

A queda do avião em Santos afetou a vida de centenas de pessoas nas imediações do local do acidente. As ruas Alexandre Herculano e Vahia de Abreu foram interditadas. Investigadores da Polícia Federal e da Aeronáutica estão no local e o acesso a área só é permitido para as equipes de resgate e moradores dos prédios próximos. Mesmo assim, quem é morador precisa ser acompanhado por soldados da PM.

A pedagoga Débora Patrícia Franco, 26, estava no trabalho quando soube do acidente. Ela mora na rua Alexandre Herculano e ficou preocupada com a possibilidade de seu apartamento ter sido atingido. 

"Eu soube pela coordenadora da escola que havia tido um acidente na rua onde eu moro. Fiquei preocupada. Todos os dias eu passo em frente ao local onde o avião caiu", diz.  Seu apartamento fica a 500 metros do local do acidente. 


 

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