Aécio diz que último contato com Campos foi parabéns pelo Dia dos Pais

Do UOL, em São Paulo

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    13.ago.2014 - O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, lamentou a morte de Eduardo Campos. "É com imensa tristeza que recebi a notícia do acidente que vitimou o ex-governador e meu amigo Eduardo Campos. O Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com idealismo por aquilo em que acreditava. A perda é irreparável e incompreensível", disse

    13.ago.2014 - O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, lamentou a morte de Eduardo Campos. "É com imensa tristeza que recebi a notícia do acidente que vitimou o ex-governador e meu amigo Eduardo Campos. O Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com idealismo por aquilo em que acreditava. A perda é irreparável e incompreensível", disse

O candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, também foi à TV se pronunciar sobre a morte do adversário político e amigo Eduardo Campos (PSB). Durante o pronunciamento, lamentou a perda do amigo com quem afirmou ter convivido por 20 anos. Segundo ele, o último contato entre os dois se deu no dia dos pais, quando Campos lhe telefonou parabeninzando-o pelo nascimento de seu filho Bernardo.

"Hoje é um dia de imensa tristeza para todos os brasileiros, para todos os que acreditam na boa política. Eduardo era um dos representantes da boa política. E essa tristeza é maior para aqueles que conviveram com Edutardo. Eu convivi com ele por mais de 20 anos. Minha admiração não terminará com sua morte trágica. Fomos governadores juntos.

Ele fará uma falta imensa à politica nacional. O fato de estarmos em partidos diferentes nunca nos impediu que conversássemos sobre o que era melhor para o Brasil. Antes da confirmação da morte me veio à mente a renata e as crianças. Guardarei com muito carinho a última mensagem que ele me mandou pelo Dia dos Pais, me parabenizando pela chegada do Bernanrdo, meu filho, desejando que chegasse com muita saúde. E eu retribui, inclusive parabeninzando-o por seu aniversário.

Portanto, estou aqui ao lado dos meus companheiros aqui em São Paulo para dizer que toda nossa agenda foi cancelada para que possamos nos recuperar. Eduardo sempre foi um homem valoroso, um homem público especial e um grande amigo."

O acidente

De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), morreram, além de Campos, os pilotos Geraldo Cunha e Marcos Martins, o assessor de imprensa Carlos Augusto Leal Filho, o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, o cinegrafista Marcelo Lira e ainda Pedro Valadares Neto. 

candidata a vice, Marina Silva, não estava na aeronave. A ex-ministra do Meio Ambiente embarcaria com Campos no Rio, mas acabou viajando para São Paulo com assessores em um avião de carreira.

Chovia e ventava no momento do acidente. O avião caiu entre as ruas Alexandre Herculano e Vahia de Abreu, no bairro do Boqueirão, na zona leste de Santos. Segundo o Corpo de Bombeiros, cinco pessoas da região atingida pela aeronave foram encaminhadas a hospitais com ferimentos leves.

O capitão Marcos Palumbo afirmou à GloboNews que oito casas foram atingidas e duas delas correm risco de desabar. As equipes buscam os corpos e a caixa-preta da aeronave. De acordo com o bombeiro, o reconhecimento dos corpos deverá ser feito através de exames de DNA.

Trajetória de Campos

Eduardo Henrique Accioly Campos era casado com Renata Campos e tinha cinco filhos. Formado em economia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), ele havia completado 49 anos no último domingo (10), Dia dos Pais -- data em que foi divulgado um vídeo com mensagens gravadas por seus filhos. Renata e Miguel, filho mais novo do casal, com apenas seis meses, estiveram ontem no Rio com o candidato e depois seguiram para o Recife.

Campos teve uma carreira de sucesso na política pernambucana, chegou a ser ministro e tentava a Presidência da República. Começou a militância política como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia da UFPE.

Em 1986, participou ativamente da campanha que elegeu Miguel Arraes, seu avô -- morto há exatamente nove anos --, para o Governo de Pernambuco.

Arquivo pessoal

Eduardo Campos começou sua vida política seguindo os passos do avô Miguel Arraes

Clique para ver a trajetória

Ele entrou no PSB em 1990, quando foi eleito deputado estadual. Quatro anos depois, chegou ao Congresso Nacional, mas não chegou a assumir, ficando no Estado nos cargos de Secretário da Fazenda entre 1995 e 1998.

Ainda em 1998, voltou a vencer a disputa para a Câmara, sendo o mais votado do Estado (173 mil votos). Em 2002, fez campanha para o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva. No Congresso, Eduardo Campos destacou-se como articulador do governo Lula. No ano seguinte, tomou posse como ministro de Ciência e Tecnologia..

Em 2005, Eduardo Campos assumiu a presidência nacional do PSB, onde permanecia até o acidente desta quarta-feira (13). Em 2006, numa disputa acirrada, venceu a eleição para o Governo de Pernambuco. Em 2010, disputou a reeleição e obteve a vitória no primeiro turno com mais de 82% dos votos válidos.

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