O candidato do PR ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, afirmou, durante a sabatina promovida pelo UOL, "Folha de S.Paulo" e SBT nesta quarta-feira (6), que transformará as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em "batalhões de defesa social".

O projeto representaria, na visão de Garotinho, uma "evolução" da atual política de segurança pública, que se transformou na principal bandeira eleitoral dos governos Sérgio Cabral --entre 2007 e 2014-- e Luiz Fernando Pezão, ambos do PMDB.

"Nós vamos consertar o que está errado na UPP. (...) Eu não vou acabar com UPP alguma. Vamos fazer algo que é uma evolução da UPP", explicou ele. "A UPP não dá para fazer em todo lugar, mas em todo lugar já há um batalhão."

Garotinho explicou que, além do aparato policial, o projeto pretende levar para as favelas assistentes sociais, defensores públicos, iniciativas de pré-vestibular social e outros programas sociais de responsabilidade do Estado.

Na terça (5), o candidato petista ao governo do Rio, Lindberg Farias afirmou que "a partir das UPPs [Unidades de Polícia Pacificadoras], houve uma migração" da violência para a Baixada Fluminense, "porque diminuíram os policiais nos batalhões". A proposta dele é impor um "freio de arrumação" no sistema de UPPs, principal bandeira do governo do PMDB no Estado. Garotinho chegou a repetir as mesmas ideias no início da sabatina de hoje.

O projeto de UPPs ficou internacionalmente conhecido ao implementar postos policiais em áreas do Rio de Janeiro historicamente dominadas por facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas. As áreas mais beneficiadas foram as favelas localizadas na zona sul do Rio de Janeiro.

O programa se transformou na principal vitrine do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e foi um dos responsáveis pela sua reeleição, em 2010, com 66% dos votos válidos. Nos últimos meses, porém, o programa se transformou em foco de preocupação devido aos constantes tiroteios entre policiais e traficantes em áreas onde as UPPs haviam sido implementadas.

Em março e em abril deste ano, uma série de atentados contra sedes de UPPs na zona norte da capital fluminense fez com que o governo do Estado pedisse auxílio de tropas federais, a pouco menos de dois meses da abertura da Copa do Mundo no Brasil, em junho deste ano. Na região do complexo de favelas da Maré, as tropas federais continuam responsáveis pela segurança.

Segundo o Esperançômetro do UOL, os eleitores do Rio manifestaram que segurança pública é o item onde eles esperam mais melhorias.

Sabatinas

O UOL, a "Folha de S.Paulo" e o SBT sabatinarão quatro principais candidatos ao governo do Estado do Rio nesta semana. Na terça, foi a vez de Lindberg. O representante do PRB no pleito, Marcelo Crivella, será sabatinado na quinta (7), e o atual governador e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), na sexta (8).