Para Campos, política de alianças prejudica crescimento da indústria

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

  • Alan Marques/ Folhapress

    O candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) apresenta propostas a empresários durante sabatina promovida pela CNI (Confederação Nacional da Indústria)

    O candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) apresenta propostas a empresários durante sabatina promovida pela CNI (Confederação Nacional da Indústria)

O candidato à Presidência da República do PSB, Eduardo Campos, criticou a política de coalizão do governo federal e defendeu a ampliação da competitividade da indústria. Para o presidenciável, o sistema de alianças prejudica a qualidade da gestão de recursos e investimentos no setor e comrpomete seu crescimento.

O candidato foi sabatinado nesta quarta-feira (30) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília. A entidade apresentou aos presidenciáveis 42 propostas para melhorar o desempenho do setor no próximo governo.

"O atual padrão político de governança no Brasil esclerosou, faliu e não dar uma nova agenda de competitividade para a indústria brasileira […] E o presidencialismo de coalizão só vai levar o Brasil pra trás", disse Campos sobre as alianças partidárias feitas pelo governo para garantir maioria no Congresso.

O candidato defende que é necessário quebrar o "patrimonialismo de coalizão" e que ele e Marina Silva, sua vice, são as únicas pessoas capazes de fazer isso.

Campos defende que o Brasil precisa de um ambiente seguro, com previsibilidade para atrair investidores externos. "Não é possível conseguir isso se loteando as agências reguladoras", comentou.

"Eu quero ver a politica melhorar. Com essa política que está aí, nós não vamos crescer, não. Eu vou renovar a política. Não se faz isso com a energia conservadora", defendeu.

Campos é o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto e teve 8% na última pesquisa Ibope.

Durante todo o evento, o candidato se apresentou como um representante da "nova política" e criticou o que chama de "velha política" do atual governo.
Ao criticar o governo federal, o candidato não poupou nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para Campos, Lula errou e atrasou o processo de parcerias com o setor privado na área da infraestrutura.

"Respeito a presidente Dilma e o candidato Aécio, conheço a trajetória de vida de todos dois. Mas as circunstâncias que cercam a presidente Dilma e cercam Aécio são as de conservar a velha política que já faliu e não pode falir o sonho dos brasileiros", afirmou.

"Todas as vezes que a sociedade se aproximou da política tudo melhorou. Nós precisamos da proximidade. Nós precisamos dos que querem contribuir. Nós precisamos romper com o padrão de governança do Brasil. Instituir a transparência e qualidade de gestão", disse.

Reforma tributária

Diante de uma plateia de mais de 200 empresários, Campos prometeu que não irá aumentar a carga tributária e que irá propor uma proposta de reforma tributária já na primeira semana de governo, caso seja eleito.

"Eu serei o presidente da República que vai enviar a proposta da reforma na primeira semana de governo. Ela vai acontecer de forma sequenciada para que a gente negocie. E quero aqui assumir um compromisso. Também serei o primeiro presidente da República que não vai aumentar a carga tributária desse país. Nós precisamos ter este compromisso porque senão a reforma nunca vem", declarou.

O pernambucano também defendeu a independência do Banco Central e o investimento das Parcerias Público-Privadas.

Além de Campos, os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) também participam da sabatina com os industriais nesta quarta-feira.

Veja abaixo o que os presidenciáveis já declararam sobre reforma tributária:

Reforma tributária

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