Udo Döhler (PMDB) reverte favoritismo do PSD e é eleito prefeito de Joinville (SC)

Do UOL, em São Paulo

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    Udo Döhler (PMDB) (foto) reverteu resultado de pesquisas e venceu Kennedy Nunes (PSD)

    Udo Döhler (PMDB) (foto) reverteu resultado de pesquisas e venceu Kennedy Nunes (PSD)

O candidato Udo Döhler (PMDB) foi eleito prefeito de Joinville (180 km de Florianópolis) após bater Kennedy Nunes (PSD), considerado favorito na disputa do 2º turno na maior cidade catarinense. Pesquisas de intenção de voto chegaram a mostrar grande margem de vantagem do pessedista, mas Döhler conseguiu a virada, que não foi detectada pelos institutos de pesquisa.

No primeiro turno, Kennedy ficou em primeiro lugar com 41% dos votos, ante 35% de Döhler. Na última pesquisa Ibope, divulgada neste sábado (27), a vitória de Nunes parecia certa, com 50% das intenções de voto, ante 35% de Döhler.

Para reverter o cenário, Döhler formou alianças com PR, PC do B, PRB, PV e com parte do PPS no segundo turno. Durante a campanha recebeu o reforço do senador Luiz Henrique (PMDB), três vezes prefeito de Joinville, que o apadrinhou.

Conheça o prefeito eleito de Joinville

Mesmo com menos alianças do que seu então oponente, que angariou o apoio de sete partidos, entre eles PSDB e PT, Döhler esquentou o debate no segundo turno so dizer que Nunes fazia “loteamento político”.

O peemedebista também criticou Nunes por ter aceitado apoio do PT depois de criticar o partido do atual prefeito, Carlito Merss, que teve a campanha impugnada no primeiro turno.

Perfil do eleito

Nome: Udo Döhler
Partido: PMDB
Nascimento: 28/10/1942
Município de nascimento: Joinville (SC)
Ocupação: Empresário
Vice: Rodrigo Coelho (PDT)
Coligação: Joinville, De Novo Melhor (PDT / PTB / PMDB / PSC / PSDC / PRTB)

Udo Döhler, 70, é presidente de uma indústria têxtil que leva seu nome e que no passado sofreu com rumores de maus tratos de funcionários e problemas ambientais. Para rebater essas acusações, Döhler chegou a publicar em seu site oficial de campanha uma seção denominada “Mitos e Verdades”.

Durante a campanha, Döhler prometeu fornecer um tablet por aluno, um notebook por professor e uma lousa digital por escola em toda a rede municipal de ensino de Joinville em um prazo de seis meses. Prometeu ainda doar o salário de prefeito de R$ 20,5 mil para entidades assistenciais.

Briga com a igreja católica

Nem mesmo a adesão dos candidatos Marco Tebaldi (PSDB), que ficou em terceiro lugar na disputa, com 18% dos votos, e do atual prefeito Carlito Merss (PT), além de PP, PR, PRB, PC do B e PSB e do governador Raimundo Colombo (PSD), conseguiram dar a vitória a Nunes.

Um dos episódios que pode ter influenciado negativamente em sua campanha envolveu a Igreja Católica.

Nunes publicou em uma rede social uma foto sua tirada com um bispo. O episódio enfureceu a instituição, que divulgou uma nota de repúdio contra divulgação, chamando-o de antiético e negando que a imagem representasse um apoio da igreja ao candidato. Nunes respondeu, também em nota, que estranhou o comportamento da igreja.

Kennedy Nunes, 42, é jornalista e ficou conhecido por apresentar programas de rádio e  televisão de cunho assistencialista. Na política, foi reeleito deputado estadual,  vereador e trabalhou como secretário do Desenvolvimento Social. Filho de missionários, Nunes nasceu em Joinville, mas morou também na Bolívia e na Argentina. Quando era criança cantou em uma banda gospel.

Cassação e beijo gay

A candidatura de Carlito Merss, que tentou a reeleição, foi cassada na Justiça Eleitoral. Em primeira instância, o petista e seu vice de chapa Eni Voltolini (PP) tiveram a inscrição na eleição cassada, acusados de extrapolar o valor gasto com publicidade institucional no primeiro semestre de 2012. O candidato recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), depois de ter tido pedido de anulação do julgamento negado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Outro episódio que chamou atenção nas eleições em Joinville partiu da candidatura de Leonel Camasão (PSOL), que ficou em quarto lugar, com 4% dos votos. Ele exibiu em seu programa eleitoral gratuito um clipe em que dois homens aparecem se beijando na boca.

Sua candidatura e seu programa de TV tornaram-se nacionalmente conhecidos depois que o “Jornal da Cidade”, periódico semanal local, publicou críticas severas contra a cena, definida como "asquerosa" por um de seus colunistas.

As críticas foram consideradas homofóbicas pelo Ministério Público de Santa Catarina, e renderam uma ação na Justiça contra o autor e contra o jornal.


 

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