Após disputa na Justiça, Rubens Bomtempo (PSB) é eleito prefeito de Petrópolis (RJ) pela terceira vez

Do UOL*, em São Paulo

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    Bomtempo, que esteve ameaçado de não disputar o 2º turno, foi eleito prefeito pela terceira vez

    Bomtempo, que esteve ameaçado de não disputar o 2º turno, foi eleito prefeito pela terceira vez

Após correr o risco de ficar fora do segundo turno por causa de uma decisão da Justiça, o médico Rubens Bomtempo (PSB), 50, foi eleito prefeito de Petrópolis (a 66 km do Rio de Janeiro) neste domingo (28). Ele derrotou o deputado estadual Bernardo Rossi (PMDB), 32.

Bomtempo fará seu terceiro mandato, já que foi prefeito da cidade entre duas ocasiões. O futuro prefeito declarou que uma das prioridades de sua gestão será a saúde.

“São vários desafios. O principal deles é recuperar o hospital público da nossa cidade, que está passando por um dos piores momentos, e a gente precisa unir esforços para poder dar a volta por cima e melhorar a saúde do povo”, destacou após saber da vitória.

A presença de Bomtempo no segundo turno só foi confirmado dez dias antes da eleição, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deferiu sua candidatura.

Até então, havia indecisão sobre quem seria o rival de Rossi --se o ex-prefeito ou Paulo Mustrangi (PT), 52, atual prefeito. No primeiro turno, Rossi obteve 52.951 votos (31,4%), Bomtempo atingiu 50.320 votos (29,83%) e Mustrangi recebeu 45.060 votos (26,71%).

Porém, a candidatura de Bomtempo foi indeferida pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) com base na Lei da Ficha Limpa. O então candidato apresentou um recurso no TSE, que reverteu a decisão da instância inferior por 6 votos a 1.

Bomtempo teve as contas rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) na sua gestão como prefeito de Petrópolis por deixar de recolher mais de R$ 1 milhão devidos ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Segundo a Lei da Ficha Limpa, ficam inelegíveis para qualquer cargo quem tiver as contas rejeitadas por irregularidade insanável que caracteriza ato doloso (intencional) de improbidade administrativa.

O TSE entendeu, porém, que Bomtempo só poderia ter tido a candidatura impugnada se tivesse as contas públicas rejeitadas pela Câmara Municipal, e não apenas pelo TCE, a quem cabe apenas a emissão de parecer prévio sobre as contas.

Perfil do eleito

Nome: Rubens Bomtempo
Partido: PSB
Nascimento: 24/1/1962
Município de nascimento: Petrópolis (RJ)
Ocupação: Médico
Vice: Fernando Vaz (PR)
Coligação: Unidos por Petrópolis (PR / DEM / PSB / PV / PC do B / PT do B)

Apoios

Bomtempo foi eleito com a coligação "Unidos por Petrópolis --experiência e competência para voltar a crescer", que incluiu partidos tão díspares quanto DEM, PR, PV e PC do B, entre outros.

Sua vitória, além de representar uma derrota para o PMDB do governador Sérgio Cabral. Rossi havia recebido apoio do governador e do prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

A aliança petista também ficou do lado do deputado estadual --após ser excluído do segundo turno, Mustrangi anunciou seu apoio a Rossi.

Desafios

O novo prefeito de Petrópolis tem à sua frente o desafio de governar uma cidade de 296 mil habitantes e um PIB de R$ 5,8 bilhões. Apesar do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,8 --considerado alto--, o município ainda buscar se recuperar da tragédia de janeiro de 2011, quando 74 pessoas morreram durante as enchentes causadas pelos grandes temporais.

No início deste ano, o prefeito Mustrangi declarou ao UOL que a maior parte dos R$ 7 milhões que Petrópolis recebeu do governo federal após as fortes chuvas foi destinada a ações emergenciais, e não à reconstrução do que foi destruído, tampouco a medidas de prevenção.

O descontentamento da população era visível em janeiro, um ano após a tragédia, como constatou o UOL.

A mesma situação foi encontrada peloUOL em Teresópolis e Nova Friburgo, também localizadas na região serrana do Rio de Janeiro. Nestas cidades, moradores continuam em áreas de risco, nenhuma casa foi entregue e escombros e lama seguem espalhados, quase dois anos após a tragédia, e apesar do repasse de R$ 323 milhões do governo federal.

*Com informações da Agência Brasil

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