Presidente do TSE considera 'preocupante' abstenção de 19% no 2º turno

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Cármen Lúcia, disse que a abstenção de 19% no segundo turno das eleições municipais merece atenção e debate. “É preocupante o aumento que já vinha tendo nas últimas eleições. Toda abstenção não é boa”, afirmou.

As causas da ausência de cerca de quase 20% dos eleitores às urnas (o equivalente a seis milhões dos 31,7 milhões de eleitores aptos a votar) deve ser tema de discussão e análise do tribunal.

“Todos nós vamos nos debruçar sobre ele [o debate] para termos uma avaliação adequada do porquê [das abstenções]”.  No primeiro turno, a abstenção foi de cerca de 16%.

Ela ainda destacou que as eleições nos 20 Estados que tiveram o segundo turno transcorreram sem ocorrências graves. “As eleições transcorrem em absoluta tranquilidade como se tornou comum numa democracia. O dia da eleição é um dia normal. Parecia que não estava acontecendo nenhuma festa na cidade”, afirmou a ministra.

Mensalão

Questionada sobre o fato de o colega dela de tribunal, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, ter sido hostilizado quando votava em São Paulo, a ministra preferiu não polemizar.

“A visão da justiça é uma visão que a sociedade tem, que ela amadurece um período muito mais longo do que um período, um processo. Acho que é muito mais denso, muito mais vertical do que isso."

A magistrada tratou com naturalidade a avaliação sobre o trabalho dos ministros, que nem sempre agradam a opinião pública. No caso do mensalão, em julgamento há cerca de três meses no STF, Lewandowski tem sido criticado por absolver os réus da cúpula petista pelo crime de formação de quadrilha.

“O Judiciário brasileiro é avaliado todos os dias. O Estado é do cidadão mesmo”, afirmou a ministra. 

Ocorrências

Durante a rápida entrevista coletiva, a ministra voltou a agradecer a participação pacífica da população e o trabalho de servidores, voluntários e da imprensa.

Com relação aos crimes eleitorais, Cármen Lúcia minimizou o número de casos e identificou uma maior participação e cooperação do cidadão para combater os casos. Até o momento, o TSE registrou  296 incidentes, com 69 prisões, das quais 60 foram por boca de urna. 

“O cidadão, ele mesmo, cobra posturas mais corretas, com maior lisura do próprio candidato. Acho que já melhorou, mas sempre teremos muito a melhorar”, avaliou Cármen Lúcia.

Até o momento, o TSE registrou  474 incidentes, com 118 prisões, das quais 96 foram por boca de urna. 

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