Marcelo Rangel (PPS), 42, foi eleito prefeito no segundo turno das eleições de Ponta Grossa (PR). Seu vice é o curitibano Dr. Zeca (PSD). 

O candidato contou com o apoio de dez partidos na coligação "Coração Pontagrossense", formada por PP, PPS, PSD, PHS, PSC, DEM, PSB, PSDB, PMN e PSDC. Ele vai suceder o atual prefeito, Pedro Wosgrau Filho (PSDB), que está concluindo seu terceiro mandato. 

Ponta Grossa é a quarta cidade mais populosa do Paraná, com 311,6 mil habitantes, segundo dados do IBGE (2012), e  tem 226 mil eleitores, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Também conhecido como "Princesa dos Campos", o município fica no centro do Estado, na região dos Campos Gerais, a 114 km de Curitiba, e é considerada o maior parque industrial do interior do Estado.

Rangel é deputado estadual e dono de uma emissora de rádio no município. Durante a campanha, recebeu o apoio do atual prefeito e também do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que esteve por duas vezes na cidade participando de eventos públicos.

As principais propostas defendidas por Rangel foram disponibilizar um sinal aberto de internet wi-fi na cidade, monitorar eletronicamente o trânsito, construir um novo terminal de ônibus e um pronto-atendimento infantil, e instituir um sistema de coleta seletiva de lixo específico, para óleo de cozinha e baterias, por exemplo.

"Ponta Grossa passa por um problema muito sério na área de planejamento. Não foi pensado há 20 anos nas condições de tráfego da nossa cidade. Outra prioridade é a área da saúde, principalmente com relação à informatização, falta de médicos. Na educação temos a proposta do horário estendido para os CMEIs [centros municipais de educação infantil]", disse em entrevista a um jornal local, divulgada no site do PPS. 

Saúde e trânsito

Na enquete "Avalie sua cidade", do UOL Eleições, mais de 31% dos internautas de Ponta Grossa apontaram a saúde como o maior problema da cidade, seguida pelo trânsito, com 24,16%.

Sobre a saúde, Rangel destaca em seu site de campanha ações como o "Saúde Digital", programa para informatizar postos de saúde e hospitais; um pronto atendimento infantil 24 horas; e um centro de especialidades médicas.

"Dez mil pessoas todos os meses enfrentam a estrada e o perigo para um tratamento, vamos resolver esse antigo problema com profissionais em cardiologia, ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia, neurologia, dermatologia e endocrinologia", diz também em texto de sua página.

Sobre o problema do trânsito, Rangel propõe investir em trasporte público, com a construção de um terminal de ônibus com novas linhas, frota movida a biodiesel e planejamento de corredores exclusivos. Além disso, fala também em um anel viário e fiscalização rigorosa dos motoristas.

Primeiro turno acirrado

Marcelo Rangel (PPS) disputou a vaga com Péricles de Mello (PT). Ambos os candidatos disputaram o primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e chegaram a ficar tecnicamente empatados. Nos primeiros meses, Rangel esteve na liderança, mas foi alcançado pelo petista.

No segundo turno, pesquisa Ibope feita entre 17 e 19 de outubro indicava vantagem para Péricles, com 55% dos votos válidos, contra 45% para Marcelo Rangel, que superou as pesquisas e saiu vencedor.

Enquanto Rangel teve 33,44% dos votos no primeiro turno das eleições, Mello teve 32,42%. Também concorreram ao pleito os candidatos Leandro Santos Dias (PSOL), Marcio Pauliki (PDT) e Krystofer Bannach (PCB).

Engenheiro civil de formação, Péricles, como é conhecido, foi prefeito de Ponta Grossa entre 2001 e 2004, e deputado estadual. Durante sua campanha, recebeu apoio de ministros do governo Dilma, entre os quais Gleisi Hoffmann, da Casa Civil.

Na corrida eleitoral, o petista explorou sua proximidade com o Planalto, mencionando que usaria verbas do governo federal para realizar obras no município.

Compromissos duplos

Apesar dos diferentes apoios políticos, os candidatos assinaram juntos ao menos dois compromissos durante a campanha.

Um deles é a Agenda 20-10, com reivindicações de melhoria em diversos setores da cidade, como educação e saúde. O documento foi elaborado por 42 instituições que formam o Conselho de Entidades de Ponta Grossa.

Outra promessa feita pelos dois candidatos foi a de reestruturar a TV Educativa de Ponta Grossa. Entre outros pontos, Rangel e Péricles defenderam que a grade de programação do canal seja "livre de influência eleitorais".