Com apoio de Eduardo Campos e Aécio Neves, Jonas Donizette (PSB) é eleito prefeito de Campinas (SP)

Do UOL, em São Paulo

  • Ricardo Lima/UOL

    O deputado federal Jonas Donizette (PSB) comemora vitória em Campinas

    O deputado federal Jonas Donizette (PSB) comemora vitória em Campinas

O deputado federal Jonas Donizette (PSB) venceu uma disputa acirrada com o ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Marcio Pochmann (PT) e é o novo prefeito de Campinas (93 km de São Paulo).

A disputa em Campinas se transformou em um embate particular entre o PT e o PSB, aliados no plano nacional. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fiador da candidatura de Pochmann, se empenhou pessoalmente na campanha.

Com o acirramento da disputa, e com Jonas Donizette sob risco de perder uma eleição em que aparecia como favorito, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, entrou no jogo. Passou, além de acompanhar de perto a disputa, a ser figura carimbada na propaganda na TV. Ele também participou de um comício de Donizette.

Donizette –que tem como vice Henrique Magalhães Teixeira, do PSDB, filho de José Roberto Magalhães Teixeira, ex-prefeito da cidade por duas vezes, de 1983 a 1988 e de 1993 a 1996 (ele morreu antes de completar o último mandato)— também recebeu o apoio do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que, na reta final, participou de eventos de campanha do deputado, a pedido de Eduardo Campos.

Perfil do eleito

Nome: Jonas Donizette
Partido: PSB
Nascimento: 25/06/1965
Município de nascimento: Monte Belo (MG)
Ocupação: Deputado
Vice: Henrique Magalhães Teixeira (PSDB)

Ainda engrossou a campanha de Donizette, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que chegou a ser apresentada como vice na chapa do candidato Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo. A parlamentar deixou o posto após a campanha de Haddad receber o apoio do deputado federal Paulo Maluf (SP).

No mesmo dia em que a deputada participou de um ato de campanha de Donizette, em 20 de outubro, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula participaram de um comício em apoio a Pochmann.

Donizette é jornalista, já foi vereador por duas vezes. Em 2002, foi eleito deputado estadual. Em 2004 e 2008, foi candidato a prefeito. Em 2010, foi eleito deputado federal.

Também disputaram a Prefeitura de Campinas os candidatos Pedro Serafim (PDT), Dr. Campos (PRTB), Rogerio Menezes (PV), Arlei Medeiros (PSOL) e Silvia Ferraro (PSTU).

Propostas

Entre as propostas de Donizette estão o Bilhete Único Ampliado, com tempo de integração de duas horas.

Na área de saúde, o prefeito eleito diz que pretende trazer a UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do governo federal para a cidade e implantar a entrega gratuita de remédios, na casa do paciente, para casos de uso contínuo de medicamentos de pressão alta e diabetes.

O plano de governo de Donizette também prevê a implantação do programa Cidade Segura, que vai integrar Polícia Militar e Guarda Municipal, e câmeras de monitoramento para aumentar a segurança --hoje a cidade já conta com o monitoramente parcial da área central.

Eleição precedeu a maior crise política da cidade

A eleição em Campinas foi precedida da maior crise política da história da cidade. No ano passado, o então prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Dr. Hélio, teve o mandato cassado pela Câmara.

Hélio foi acusado pelo Legislativo de omissão diante de um suposto esquema de corrupção denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual).

Na denúncia do MPE, que foi aceita pela Justiça, a então primeira-dama Rosely Nassim Jorge Santos era apontada como chefe de uma quadrilha instalada dentro da administração que desviaria recursos públicos.

Com a cassação de Hélio, o à época vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT) assumiu a administração --também acusado pelo MPE de integrar o esquema criminoso.

Na sequência, o petista também foi afastado temporariamente pela Câmara --que instaurou uma CP (Comissão Processante) para cassar seu mandato. Voltou ao cargo por meio de uma liminar para, em seguida, ser cassado pelo Legislativo, em dezembro do ano passado. Entre as idas e vindas ficou pouco mais de 90 dias no cargo.

Nos períodos em que Demétrio esteve fora do cargo, assumiu interinamente o posto o então presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), que até o escândalo de corrupção se tornar público era aliado do Dr. Hélio.

Em abril, Serafim foi eleito indiretamente pelos vereadores para um mandato-tampão até o final deste ano. Ele concorreu à reeleição, mas caiu no primeiro turno.

Corrupção é o maior problema

Na enquete "Avalie sua cidade", do UOL Eleições, Serafim recebeu nota média de 2,3 dos internautas.

Mais de 40% dos leitores apontaram a corrupção como o maior problema da cidade. Para combater o problema, Donizette prometeu transparência na gestão e maior envolvimento dos conselhos municipais.

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