Candidato do PSDB, Arthur Virgílio confirmou a liderança do 1º turno e venceu a adversária, Vanessa Grazziotin (PC do B), elegendo-se prefeito de Manaus mais uma vez. O tucano já havia sido prefeito da capital do Amazonas, que comandou entre 1989 e 1992. As pesquisas de opinião deste segundo turno apontavam Virgílio à frente da adversária.

Durante a campanha desta etapa, Virgílio recebeu os apoios dos candidatos no 1º turno Henrique Oliveira (PR), Serafim Corrêa (PSB) e Pauderney Avelino (DEM). O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também aderiu à campanha e esteve em Manaus participando de um comício. Aécio, nome bastante cotado para disputar à presidência, esteve na cidade dois dias após a visita da presidente Dilma Rousseff, que foi à capital amazonense apoiar Vanessa Grazziotin.

O tucano criticou o discurso de "alinhamento" feito por Dilma a favor da candidata do PC do B. "O que contesto e tenho combatido é esse anacrônico discurso do alinhamento: é preciso que o prefeito seja o candidato da Presidente da República para o município ter benefícios. Isso é coisa do regime de exceção", afirmou o senador.

Na ocasião, Dilma disse que "ninguém joga sozinho" e citou a comunista como parte do "time". O discurso também foi propagado em diversas campanhas apoiadas pela presidente e que reforçam o alinhamento.

Vanessa também recebeu o apoio do candidato no 1º turno Sabino Castelo Branco (PTB).

Vices

Durante as declarações de apoio, alguns "desencontros" aconteceram para apoiar os dois candidatos.

Foi o caso de Pauderney, que apoiou Virgílio, mas seu vice, Ivo de Assis (PRB), reforçou a candidatura de Vanessa.

Sabino Castelo Branco, que declarou apoio à Vanessa, viu seu vice Cícero Lima (PSDC) aderir à campanha de Virgílio. Lima chegou a posar para fotos ao lado de Vanessa no anúncio de Castelo Branco, mas poucos dias depois mudou de lado.

Camelôs

Gravações da equipe de propaganda eleitoral de Vanessa Grazziotin simulando um confronto entre camelôs e policiais causaram desconforto aos transeuntes e provocaram protestos por parte do tucano.

Pessoas que passavam no local durante a gravação protestaram e fizeram vídeos para postar na internet.

As imagens faziam referência à retirada de camelôs do centro da cidade, na década de 90, quando Arthur era prefeito. A ação da polícia metropolitana, à época, foi considerada violenta pela categoria. Em nota, Vanessa Grazziotin assumiu a autoria das imagens, as quais ela classificou como uma reconstituição de um fato histórico.

Vírgilio ameaçou entrar na Justiça contra Vanessa caso as cenas fossem atribuídas a ele.

Outro episódio que marcou a disputa foi a acusação por parte de Vanessa de que o chefe segurança de Virgílio, major Alexandre Morais, teria invadido uma reunião da candidata com pastores da igreja Assembleia de Deus. O tucano negou e disse que a campanha do PC do B estava distribuindo a evangélicos um DVD apócrifo com cenas de Virgílio defendendo a descriminalização do aborto e o casamento homossexual.

1º turno

No primeiro turno, segundo as pesquisas de intenção de voto divulgadas nos primeiro meses de campanha, o tucano liderava com folga. Na reta final, entretanto, a senadora cresceu até chegar a empatar tecnicamente com ele. Porém, o resultado das urnas mostrou Virgílio à frente com 40,55% dos votos válidos, enquanto Vanessa teve 19,95%.

A senadora Vanessa Grazziotin recebeu apoio de Lula durante sua campanha. Em 19 de setembro, o ex-presidente participou de comício em apoio a candidata. No local, não poupou críticas a Virgílio, dizendo que o tucano "não gosta de cheiro de pobre".

Em um dos momentos mais tensos da campanha, Vanessa Grazziotin foi protagonista de um incidente que ficou conhecido como "ovogate".  Na chegada ao debate da TV Em Tempo (afiliada do SBT), em 11 de setembro, seu carro teria sido atingido por ovos que respingaram em seu rosto e nos cabelos. A agressão foi atribuída a cabos eleitorais de Arthur Virgílio, fato que não foi comprovado.

Vanessa levou ao caso à bancada do Senado em Brasília, onde foi apoiada pela senadora Marta Suplicy (PT). Entretanto, a divulgação de fotos posteriores colocou em dúvida se ela teria sido atingida por ovos, cuspe ou se teria forjado o ataque.

Perfil

Diplomata, Arthur Virgílio foi prefeito de Manaus de 1989 a 1992, teve três mandatos como deputado federal e foi senador de 2003 a 2011, cargo do qual se licenciou para se dedicar à corrida eleitoral. Em Brasília, Virgílio se destacou pela forte oposição aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, ambos do PT. 

Foi líder do governo na Câmara durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e líder do PSDB e da oposição no Senado durante a gestão do ex-presidente Lula.