Para Dilma, Serra repete 2010 e faz campanha de baixo nível contra Haddad em São Paulo

Julianna Granjeia

Do UOL, em São Paulo

Em comício do candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, realizado neste sábado (20) no ginásio do Canindé, a presidente Dilma Rousseff (PT) comparou a campanha do petista ao processo eleitoral que a levou ao Palácio do Planalto em 2010. Segundo a presidente, Haddad, assim como ela, está enfrentando uma campanha de baixo nível do candidato do PSDB, José Serra.

Além de Dilma, participaram do evento o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), ministros como Marta Suplicy (Cultura) e Aloizio Mercadante (Educação) e o candidato derrotado no primeiro turno em São Paulo Gabriel Chalita (PMDB).

“O que o Haddad está passando eu passei na minha eleição. O argumento que foi usado contra mim é muito parecido com o argumento que está sendo usado sorrateiramente, às vezes, e, abertamente, outras, com ele [Haddad]”, disse Dilma.

“Disseram que eu era um poste, que eu não tinha competência para governar. Usaram de todos os argumentos contra mim. O mesmo argumento que usam contra o Haddad, usaram contra mim”, afirmou Dilma.

Sem "já ganhou"

O comício teve um discurso afinado contra o clima de "já ganhou" e os elementos populares característicos do PT, com direito à citação da novela "Avenida Brasil", da rede Globo, cujo último capitulo motivou mudanças na agenda dos comícios do partido.

A uma semana do segundo turno, Haddad, Lula e a cúpula do PT presente ao evento pediram para a militância do partido evitar o clima de vitória, já que Haddad lidera as pesquisas de intenção de voto. “Ninguém pode ganhar eleição antes do último voto na urna”, disse Dilma.

Lula citou a fotografia que Fernando Henrique Cardoso tirou na eleição de 1985, sentado na cadeira de prefeito, antes da campanha terminar. FHC perdeu a disputa para Jânio Quadros.

"Em 1950, na Copa, a gente tinha uma seleção bárbara que ganhou da Espanha por 7 x 0, colocou o salto alto perdeu a Copa. Parecia o pessoal do clube do Divino", disse o ex-presidente referindo-se ao time de futebol da novela global.

“Não gostamos de pesquisa quando a gente está por baixo, mas a gente adora uma pesquisa quando estamos por cima. Vivemos o momento mais importante da história do PT nas eleições dessa cidade. Para os adversários, ele [Haddad] era um poste, sem transformador. Esqueceram que o transformador é o povo”, afirmou Lula. “Ninguém pode colocar sapato alto”, completou.A uma semana do segundo turno, Haddad, Lula e a cúpula do PT presente ao evento pediram para a militância do partido evitar o clima de vitória, já que Haddad lidera as pesquisas de intenção de voto. “Ninguém pode ganhar eleição antes do último voto na urna”, disse Dilma.

Aliados

Dilma ainda disse que vitória do PT na maior cidade do país é importante para o seu governo. “Somos um projeto político de aliados que não persegue ninguém. Não olhamos para a cor da camisa do prefeito e do governador. Sempre garantimos recursos, mas é preciso trabalhar em equipe. Nós precisamos da Prefeitura de São Paulo. Precisamos de gente comprometida com a Lei das Costas, com o ‘Minha Casa, Minha Vida’ e com pessoas que não tem raiva dos outros”, disse Dilma.

Serra vira alvo

Já Lula disparou ataques contra o candidato do PSDB, José Serra, e disse que o tucano está "cada vez mais raivoso".

“O bicho tem uma sede de poder inigualável. As pessoas precisam criar vergonha e cumprir o mandado para qual foi eleito. Ele deveria ficar quieto e esperar para disputar 2014 de uma vez”, afirmou o ex-presidente. Marta, que também estava no palanque, deixou o Senado para ocupar um ministério após anunciar apoio à candidatura de Haddad.

Em seu discurso, Haddad voltou a falar que Serra não tem plano de governo e que a meta dele é dar continuidade à gestão do atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), que tem 80% de reprovação da população.

"Meu adversário fala que depois de 12 anos de experiência, trabalhando com a melhor prefeita de São Paulo, com a melhor presidente do pais, e com o melhor presidente que já tivemos, eu não estou preparado para ser prefeito. Talvez seja porque a concepção de bom prefeito para ele seja o Kassab", afirmou o candidato.

"Eu quero transformar São Paulo em um laboratório de políticas públicas. Eu não vou colocar interesses partidários a frente do interesse público. E isso quer dizer que vou fazer parcerias", disse Haddad.

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