Serra diz que kit anti-homofobia do MEC era "indução a comportamentos" homossexuais

Do UOL, em São Paulo

Em entrevista na noite desta terça-feira (16) ao telejornal “SPTV”, da TV Globo, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, voltou a criticar o kit anti-homofobia elaborado pelo MEC (Ministério da Educação), à época da gestão de Fernando Haddad (PT), hoje adversário do tucano no segundo turno.

“[O kit] não era bem de combate a preconceito, era de indução a comportamentos. [O kit] dizia o seguinte: se você tiver duas opções sexuais --gostar de homem e de mulher-- é uma vantagem para você, porque aumenta em 50% sua chance de ter programa ao fim de semana. Isso num kit que vai para crianças acima de 11 anos de idade, francamente não tem cabimento”, afirmou Serra, ao ser perguntado pelo apresentador Carlos Tramontina sobre os motivos das críticas do candidato ao kit do MEC, uma vez que a gestão de Serra no governo do Estado também elaborou uma cartilha contra o preconceito para a rede pública escolar.

Serra também criticou o fato de o material, segundo ele, se referir a um aumento de 50% das probabilidades, quando o correto matematicamente seria um aumento de 100%.

O material feito pelo MEC teve sua distribuição suspensa, após receber críticas da bancada evangélica no Congresso Nacional. O MEC afirma que o kit não seria distribuído diretamente aos alunos, e que o material se destinava aos professores, ao contrário do que disse Serra na entrevista.

Tanto o material do MEC quanto a cartilha feita à época da gestão de Serra no governo estadual possuem ao menos dois vídeos didáticos elaborados pela mesma ONG, a Ecos.

Especialistas e ativistas do movimento LGBT afirmam que os materiais tratavam o combate à homofobia de forma semelhante.

Na entrevista, o candidato do PSDB defendeu a cartilha elaborada durante sua gestão no governo do Estado, e afirmou que ela possui diferença em relação ao material do MEC.

“Um não tem nada a ver com o outro. O guia contra o preconceito era um guia contra o preconceito de raça, classe, de cor, se a pessoa é gorda ou não é, de bullyng em geral, inclusive com relação ao preconceito relativo à orientação sexual. É algo feito desde 1996, e nunca teve reclamação”, disse Serra.

Segundo o candidato, a presidente Dilma Rousseff e Haddad teriam reconhecido o erro na formulação do material, ao determinaram a suspensão de sua distribuição. Serra aproveitou o tema para criticar a gestão de Haddad no MEC.

“Minha preocupação é com o dinheiro que foi gasto nisso: R$ 800 mil para nada, pela incompetência de tocar esse assunto”, afirmou o tucano.

O candidato falou ainda sobre suas propostas para transporte, saúde e segurança. Serra afirmou que pretende investir na expansão do monotrilho, e na criação de mais unidades AMA (Assistência Médica Ambulatorial) 24 horas, das 17 atuais para 30. Sobre segurança, o candidato disse que irá melhorar a iluminação pública na cidade.

O candidato do PT, Fernando Haddad, será entrevistado nesta quarta-feira (17), pelo “SPTV”.

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