Presidente do PMDB diz que partido poderá não fechar aliança com PT em grandes cidades

Iolando Lourenço e Ivan Richard

Da Agência Brasil, em Brasília

A definição sobre as alianças que o PMDB poderá fazer para a disputa do segundo turno está sendo negociada tanto pelas lideranças nacionais da legenda, como pelas lideranças regionais. Com isso, não está assegurada a manutenção da parceria com o PT nos locais onde peemedebistas não conseguiram passar do primeiro turno. A negociação está sendo construída pelo presidente nacional do partido, senador licenciado Valdir Raupp (RO).

De acordo com ele, mesmo com a aliança no âmbito nacional, o PMBD vai considerar as peculiaridades locais. “A gente respeita muito a política local”, disse Raupp. Segundo ele, eventuais rupturas com o PT no âmbito municipal não ameaçam a aliança nacional. “A aliança nacional é mais forte do que essas pendengas locais”, ressaltou.


Em São Paulo, Raupp disse que a aliança com o PT, em apoio a Fernando Haddad, está praticamente selada, mas que ainda faltam pequenos detalhes que estão sendo negociados pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP). O anúncio poderá ser feito nesta quarta-feira (10).

Segundo o presidente do PMDB, em troca do apoio na disputa pela prefeitura de São Paulo, o partido reivindicou que Fernando Haddad (PT) incorpore ao seu programa de governo três plataformas defendidas por Gabriel Chalita, candidato do PMDB que ficou em quarto lugar no primeiro turno: os corredores exclusivos de transporte, a implementação de unidades de pronto atendimento e o programa de educação integral.

Em relação às alianças nas demais cidades, haverá uma reunião entre Raupp e o presidente do PT, Rui Falcão, na quinta-feira (11), às 11h, para negociarem os acordos que poderão ser fechados. O caso mais complicado, segundo Raupp, é em Salvador, onde as lideranças locais, encabeçadas pelo ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, preferem apoiar o candidato da oposição, ACM Neto (DEM).

“Conversei com o Lúcio [Vieria Lima, presidente do PMDB da Bahia] e com o Geddel, e há uma tendência muito forte de o partido ir com o ACM Neto, pela decisão local. Se fosse nacional, seria o o contrário. Mas ainda não está fechado. O que pesa lá é 2014. Está nos casos mais difíceis, mas ainda não está fechado”, disse Raupp.

Outro caso em que PMDB e governo estarão em lados opostos é Curitiba. Lá, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), maior expressão da legenda, declarou apoio ao candidato Ratinho Junior (PSC) na disputa com o Gustavo Fruet (PDT), contrariando a aliança nacional. “Queríamos que o Fruet saísse como candidato pelo PMDB, mas o Requião não concordou com a filiação dele. Agora, não teria como apoiá-lo”, explicou.

Em conversa com jornalistas, Raupp considerou que o PMDB se saiu bem nas disputas municipais, conseguindo manter o maior número de prefeitos, com 1.021, e de vereadores , com 7.964. A legenda foi a segunda mais votada, atrás do PT, com mais de 16 milhões de votos em todo o país.

“Lançamos menos candidatos nas capitais e perdemos em votos, ficamos em segundo lugar muito próximo do primeiro. Mas conseguimos ficar com 300 prefeituras, na frente do segundo colocado o PSDB”, declarou.

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