Candidatos Picareta, Safado e Transparente não são eleitos; Vampiro vence e é exceção na "bancada do terror"

Irineu Machado

Do UOL

Os eleitores rejeitaram os candidatos Picareta e Safado, tampouco elegeram Transparente. As urnas foram cruéis com os candidatos registrados com esses nomes na intenção de atrair mais votos. 

Dos três, quem mais angariou votos foi Picareta. Candidato a vereador pelo PTB em Bicas (MG) , ele conquistou 99 votos, 1,1% do total no município. Picareta é o apelido de Paulo Murilo de Oliveira, 50, que escolheu a alcunha para assim aparecer na urna.

Safado teve só 41 votos, 0,03% do total em Divinópolis (MG), bem longe da linha de corte dos 16 eleitos na cidade (1.128 votos). Safado é o apelido de Evangelista Ricardo, comerciante que se candidatou pelo PSB, na coligação "Renasce a Esperança". Ele optou por registrar para a urna o nome com o apelido: Evangelista Safado.

Clara Transparente também não foi eleita. Ela concorreu pelo PSC em Uberlândia (MG), mas só conseguiu 59 votos, 0,02% do total do municipio.

"Bancada do terror"

Candidatos com apelidos "assustadores" no banco de dados de candidatos Brasil afora também foram rejeitados nas urnas. Na "bancada do terror" dos que concorriam a vagas Câmaras Municipais, onde constavam Vampiro, Fantasma, Chupa-CabraMonstro, Zumbi, Bruxa e Morto-Vivo, apenas o primeiro se elegeu.

Vampiro (PDT) foi eleito vereador em Ipiguá (SP). Com 110 votos, 3,59% do total, ele foi o sexto mais votado entre os nove vereadores eleitos do município.

Chico Fantasma perdeu em Curitiba, com 256 votos (0,03% do total).

Chupa-Cabra teve só seis votos em Itupiranga (PA).

Em Guarujá (SP), Monstro foi votado por 142 eleitores, quantidade insuficiente para ir à Câmara.

Zumbi ficou com 55 votos em Icó (CE), e também não se elegeu.

Mesmo destino de Marcia Bruxa, que conquistou 125 votos em Porto Alegre (0,02% do total).

Lucas, o 'Morto Vivo', não foi eleito, apesar dos 221 votos (0,43%) em Almirante Tamandaré (PR).

A imaginária "bancada do folclore nacional" também não foi bem-sucedida. Saci-Pererê, Lobisomem, Curupira e Caipora perderam.

Saci-Pererê teve 89 votos e teria sido eleito se tivesse uns 40 votos a mais em Algodão de Jandaíra (PB). Em Tapejara (PR), Lobisomem obteve só 43 votos, um pouco mais que os 39 votos de Curupira em Maceió. Com 61 votos em Espumoso (RS), Caipora também ficou de fora.

"Bancada dos bichos"

A bancada dos bichos também fracassou, em sua maioria.

Zebra teve 190 votos, 0,19% do total em Arapiraca (AL) . Mas teve outro Zebra, de Mandaguari (PR), que se elegeu, com 689 votos (3,28%).

Cachorro teve apenas 8 votos em Peçanha (MG).

Girafa teve 40 votos em Sumaré (SP).

Baleia teve 7 votos em Manaquiri (AM).

Papagaio  teve só 13 votos Delmiro Gouveia (AL).

Dinossauro ficou com 86 votos em Itupiranga (PA).

Gato foi bem: acabou eleito vice-prefeito de Avaré (SP).

 

Nem Original, nem Diferente; Nem Feio, nem Bonito

Montes Claros (MG)  não elegeu o candidato Original, que ficou com apenas 196 votos (0,1% do total).

Nova Iguaçu (RJ) também não deu chance ao candidato Diferente.

Quem teve mais sorte foi o candidato Genérico. Com 825 votos (2,55% do total), ele foi eleito vereador em Canoinhas (SC), em nono lugar entre dez candidatos.

Gostosa e Gostoso também perderam. Maria Gostosa teve só 19 (0,15%) dos votos em Cachoeira do Arari (PA).    Raimundo Gostoso teve só 35 (0,19%)  votos em Brasília de Minas (MG).

Feio foi mais um que saiu das urnas derrotado, com apenas 21 votos em Dourado (SP)Bonito teve mais votos que ele em Barretos, mas não foi mais feliz, terminando a apuração com 33 votos (0,05%), quantidade insuficiente para uma cadeira na Câmara de Barretos (SP).

Lembramos que não houve registro de candidatos com os nomes Ladrão ou Corrupto.

 

O que diz a legislação

O nome usado na urna eletrônica, segundo o artigo 30 da Resolução 23.373/2011, que dispõe sobre a escolha e o registro de candidatos nas eleições, pode ser o apelido ou o nome pelo qual o candidato é mais conhecido. As únicas restrições são: não ultrapassar 30 caracteres, não estabelecer dúvida quanto à identidade do candidato, não atentar contra o pudor e não ser "ridículo ou irreverente". Os nomes citados nesta reportagem são de candidaturas deferidas pela Justiça Eleitoral. Portanto, são nomes que não foram considerados ridículos ou irreverentes.

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