A capital de Roraima, Boa Vista, já tem um novo prefeito. Na verdade, uma prefeita. A paulista Teresa Surita (PMDB), deputada federal e ex-prefeita de Boa Vista, vai novamente governar a cidade.

A origem “forasteira” da candidata foi utilizada contra ela pelos adversários, especialmente por Mecias de Jesus (PRB), que contava com o apoio do atual prefeito, Iradilson Sampaio (PSB), e que ficou em segundo lugar na disputa. A estratégia, porém não funcionou. Teresa Surtia mora em Boa Vista desde 1987 e é figura conhecida na política local. Em 2010, foi eleita deputada federal com a maior votação de Roraima.

Antes disso, esteve à frente da Prefeitura de Boa Vista por três vezes. O primeiro mandato do Executivo foi em 1993. O segundo veio em 2001, quando venceu as eleições de 2000 contra o então prefeito e candidato à reeleição, Ottomar Pinto. Na eleição seguinte, em 2004, foi reeleita.

 

Nesta eleição, contou com o apoio do governador de Roraima, Anchieta Júnior (PSDB), e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), seu ex-marido, que participou ativamente da campanha da prefeita eleita, acompanhando-a em comícios, carreatas e demais eventos de rua.

No início do ano, a legalidade de sua candidatura chegou a ser questionada por causa da Lei da Ficha Limpa. Em 2008, ela foi condenada pelo TRF da 1ª Região (Tribunal Regional Eleitoral) por improbidade administrativa.

Apesar disso, de acordo com o entendimento da Justiça Eleitoral, não teria ficado caracterizado no caso lesão ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito. Segundo a Lei da Ficha Limpa, é preciso que a condenação se dê em virtude de dolo (consciência e intenção de causar dano) para que ocorra a inelegibilidade.

No episódio que gerou a condenação da prefeita eleita, ocorrido em 2006, Surita foi condenada por execução financeira inferior ao que estava previsto em uma obra de remodelação e ampliação dos sistemas de iluminação pública em Boa Vista.

Ainda em 2006, a então prefeita deixou o cargo para se candidatar ao Senado, deixando a prefeitura para seu vice, Iradilson Sampaio (PSB), que se reelegeu em 2008. Nesta eleição, afirmou que não repetiria a conduta, e parece ter convencido o eleitor.