Eduardo Paes (PMDB) é reeleito no 1º turno no Rio de Janeiro

Do UOL, em São Paulo

  • Beth Santos/Divulgação

    Eduardo Paes esteve a campanha inteira na frente nas pesquisas e venceu no 1º turno

    Eduardo Paes esteve a campanha inteira na frente nas pesquisas e venceu no 1º turno

Confirmando o favoritismo apontado pelas pesquisas, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), foi reeleito neste domingo (7) para mais quatro anos de mandato.

Antes de assumir a prefeitura pela primeira vez, Paes, 43, foi vereador e duas vezes deputado federal. Sua trajetória partidária inclui, além do PMDB, passagens pelo PFL (atual DEM) e PSDB.

Apesar do crescimento na reta final da campanha, Marcelo Freixo (PSOL), não conseguiu repetir o desempenho de Fernando Gabeira (PV), que alcançou o segundo turno das eleições municipais em 2008, quando perdeu por margem apertada.

A campanha do peemedebista teve grande capilaridade nas zonas mais populares do Rio e contou com forte apoio político. O ex-presidente Lula, o governador Sérgio Cabral (PMDB) e a presidente Dilma Rousseff gravaram mensagens pedindo votos para o candidato.

A coligação que ajudou a viabilizar a reeleição de Paes contou com 20 partidos, o que lhe garantiu mais da metade do tempo do horário eleitoral.

Algumas personalidades, como o arquiteto Oscar Niemeyer, a cantora Alcione, o cineasta Andrucha Waddington e o poeta Ferreira Gullar também apoiaram Paes.

Outro fator fundamental para a reeleição foi a boa percepção da atual prefeitura. Segundo pesquisa Ibope, de 1º de outubro, 73% dos cariocas aprovam a gestão do prefeito.

Já Freixo, com tempo reduzido no horário eleitoral, contou com apoio de intelectuais, artistas e de boa parte do eleitorado mais abastado da capital fluminense - fenômeno bastante semelhante ao de Gabeira, no pleito passado. Os cantores Caetano Veloso e Chico Buarque chegaram, inclusive, a fazer um show juntos para arrecadar verbas para a campanha do candidato socialista.

Visibilidade Internacional

Além do grande tempo de rádio e TV e do amplo apoio político, eventos internacionais ajudaram a dar visibilidade à candidatura de Paes.

Na festa de encerramento da Olimpíada de Londres, o prefeito recebeu a bandeira olímpica das mãos do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, com a qual desembarcou no Rio acompanhado de renomados atletas. A cidade será a próxima sede dos Jogos, em 2016.

A conferência Rio+20 também levou holofotes ao então candidato. Estiveram na cidade representantes de 188 países, e o Rio passou no teste de organizar um grande evento sem graves incidentes, cacifando o município para os próximos Jogos Olímpicos e para a Copa-14.

Perfil do eleito

Nome: Eduardo Paes
Partido: PMDB
Nascimento: 14/11/1969
Município de nascimento: Rio de Janeiro (RJ)
Ocupação: Prefeito
Vice: Adilson Pires (PT)
Coligação: Somos um Rio (PRB / PP / PDT / PT / PTB / PMDB / PSL / PTN / PSC / PPS / PSDC / PRTB / PHS / PMN / PTC / PSB / PRP / PSD / PC do B / PT do B)

Compra de apoio político

Durante a última semana de campanha, Paes foi duramente atacado por adversários por supostamente ter conseguido o apoio do partido nanico PTN à sua coligação em troca de R$ 200 mil.

A denúncia foi publicada em áudio no site da revista "Veja". Em uma entrevista dada após esse fato, o presidente estadual do PTN, Jorge Sanfins Esch, afirmou que o coordenador de campanha de Paes, deputado federal Pedro Paulo (PMDB), teria feito a promessa na convenção do partido, realizada no dia 30 de junho.

Segundo o prefeito, o fato foi "denuncismo de última semana de campanha", e o apoio ao PTN se deu exclusivamente através de material de campanha.

Milícias

O tema das milícias ainda existentes no Rio de Janeiro também foi motivo de troca de acusações entre os candidatos.

Em sabatina Folha/UOL, Marcelo Freixo disse que o prefeito teria relação com milicianos. Para Freixo, Paes seria o responsável pelo crescimento das milícias e o acusou de favorecimento eleitoral. "Ele [Eduardo Paes] tem responsabilidade pelo crescimento das milícias."

Paes rebateu as acusações. "O deputado [Marcelo Freixo] sabe que eu não tenho relação com milícia, aliás, é um risco enorme politizar o tema da segurança pública."

Em 2008, Freixo foi presidente da CPI da Milícias, na Assembleia Legislativa do Rio. Essa atuação inspirou um personagem do filme "Tropa de Elite 2", o deputado Fraga.

Aliança Inusitada

A eleição deste ano no Rio de Janeiro também foi marcada por uma coligação que seria impensada até pouco tempo atrás.

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Os ex-desafetos Anthony Garotinho (PR) e Cesar Maia (DEM) se uniram para tentar viabilizar a candidatura de seus filhos à prefeitura.

No entanto, a chapa encabeçada por Rodrigo Maia (DEM), tendo como vice Clarissa Garotinho (PR), não decolou.

Cesar Maia e Paes, hoje desafetos, já foram próximos politicamente. Na primeira gestão municipal de Maia (1993-1996), Paes foi subprefeito da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Já em 2001, durante o segundo mandato de Maia, Paes foi secretário do Meio Ambiente.

Além de Paes, Freixo e Maia, a disputa eleitoral deste ano contou com mais cinco candidatos: Otávio Leite (PSDB), Aspásia Camargo (PV), Antonio Carlos (PCO), Cyro Garcia (PSTU) e Fernando Siqueira (PPL).

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