Patrus se apega a Dilma e diz que continuará a pedir votos em Belo Horizonte

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

A um dia da eleição no primeiro turno, o candidato pelo PT à Prefeitura de Belo Horizonte, o ex-ministro Patrus Ananias, disse que a ida de Dilma Rousseff à capital mineira para participar de evento de apoio à sua candidatura, no dia 3 deste mês, foi positiva e deverá ajudá-lo a provocar o segundo turno na eleição da cidade.

As pesquisas de intenção de voto mostram o principal oponente do petista, o prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), como favorito para vencer a disputa já no primeiro turno.

Patrus, que participou neste sábado de uma caminhada com militantes na região centro-sul da cidade, afirmou que continuará a pedir votos. No evento, estavam o ministro Fernando Pimentel e o ex-ministro Luiz Dulci, atualmente diretor do Instituto Lula.

“Claro que a presença da presidente é sempre muito importante. Lembrando sempre que ela é belo-horizontina, que ela é mineira, e todas as obras e políticas sociais que existem hoje em Belo Horizonte e em Minas são com recurso do governo federal. Lembrando que o governo federal liberou R$ 34 bilhões de recursos para Minas. Mais de R$ 3 bilhões foram para a Prefeitura (de Belo Horizonte)” disse Patrus Ananias, que destacou a sua afinidade com o governo como um "facilitador" para recursos futuros advindos do governo federal.

"É claro que um prefeito com maior sensibilidade social pode ampliar muito as parcerias com o governo federal", afirmou Patrus, referindo-se ao período em que foi titular da pasta do Ministério do Desensenvolvimento Social e Combate à Fome, na administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Questionado se o evento seria o que finalizaria a campanha, Patrus disse que seguiria pedindo votos.

“Vamos trabalhar, vamos andar por Belo Horizonte. Eu tenho um especial carinho pela cidade, então vou aproveitar mais uma vez para continuar andado, conversando com as pessoas e pedindo votos”, declarou.

A Policia Militar mineira estimou em 500 pessoas o número de participantes do evento, que começou na Praça Tiradentes e se dispersou na Praça Sete, no centro da cidade, onde os participantes se dispersaram.

Segundo a PM, duas faixas da avenida Afonso Pena, no sentido Praça da Rodoviária, foram fechadas ao tráfego de carros para que os militantes pudessem caminhar. Um cordão de isolamento, que era feito por integrante da campanha de Patrus, separou as pessoas dos carros. O tráfego chegou a ficar lento durante a caminhada.

Críticas a Aécio Neves

Coube ao ex-ministro Luiz Dulci as críticas mais diretas ao senador tucano Aécio Neves, que anteriormente havia considerado como uma “intromissão” a participação da presidente Dilma na eleição municipal e chegou a compará-la como uma “estrangeira”. Aécio é o principal fiador da campanha de Lacerda.

No evento em que participou com Patrus na capital mineira, a presidente havia retrucado o parlamentar, dizendo que havia saído de Belo Horizonte em razão da ditadura militar e não tinha ido embora a passeio ou ido para a praia.

Ontem, Aécio voltou a criticá-la, dizendo que a presidente havia se tornado “agressiva como Lula”.

Por seu turno, Dulci afirmou que o senador foi “indelicado” com a presidente.

“Ele cometeu a indelicadeza, que para a tradição política de Minas é inaceitável, de tentar proibir a presidente da República, que é mineira, de ir ao seu Estado”, afirmou Dulci. Ele defendeu a presidente dizendo que a “grosseria” teria partido de Aécio.

O ministro Fernando Pimentel, um dos fiadores da campanha de Lacerda em 2008, disse que o partido está unificado. A aliança entre PT e o PSB foi desfeita em junho deste ano, quando o partido petista resolveu lançar candidatura própria após a sigla socialista ter decidio não coligar com o PT na chapa proporcional (vereadores).

Nos bastidores, o rompimento do PSB com o PT se deveu ao empenho pessoal de Aécio Neves, disseram fontes ligadas aos partidos.

“O partido está unido em torno da candidatura de Patrus. O que interessa agora é olhar para a frente e não olhar para trás. O que eu enxergo agora é o segundo turno”, afirmou Pimentel.

Sobre as críticas do então aliado, em 2008, Aécio Neves, o ministro também disparou alfinetadas. “O que existe é a presidenta Dilma reafirmando a sua condição de mineira, de belo-horizontina, que alguns, certamente desinformados, quiseram cassar com a mentira com a inverdade”, disse.

Mais informações sobre as eleições em Belo Horizonte.

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